Marco_2007 - page 46

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R E V I S T A D A E S P M –
MARÇO
/
ABRIL
DE
2007
O consumidor de
baixa renda
SUBCULTURAS
E PRÉ-NOÇÕES
Reconhecemos que dados socio-
demográficos como faixa etária,
classe socioeconômica ou sexo
não dão mais conta de segmentar
nosso público-alvo, muito menos
dão condições para entendermos o
consumidor. Contudo, na prática,
ainda enxergamos o consumidor a
partir de um modelo mental com
base na racionalidade: preferimos
as características passíveis de iden-
tificação emensuração.
Estávamos acostumados a entender
as subculturas como grupos que
podemserestudadosouatémedidos
estatisticamente. Issoéverdade.Mas
odesafioébemmaior.As subcultu-
ras possuemestilos devidacomuns
e compartilham damesma rede de
valores,motivações e experiências.
Na era doMarketing da Experiência,
em que buscamos entender a alma
do consumidor, precisamos abortar
nossas pré-noções e mergulhar no
universodecadasubcultura,sequiser-
mos, de fato, compreendê-la.
Ignorar nossas pré-noções não é
uma tarefa fácil. Cada vez mais
os profissionais de comunicação,
marketing e administradores de
empresas afirmam que só tomam
decisões baseados em pesquisas e
estudos de mercado. Mas de fato,
muitosestudossãoproduzidossobre
o mercado e pouco pesquisamos
sobre o consumidor. E mais raros
ainda sãoosestudosqueabordamo
consumidorcomo serhumano,uma
vezqueoconsumonadamaiséque
uma materialização de alguns dos
sentimentos, valores, aspirações
e sensações do indivíduo. Nesse
sentido, consumo é também uma
das formas de expressão da alma
humana.
Os profissionais de marketing e
comunicação sentem-se mais con-
fortáveisemassumira faltadeconhe-
cimento sobre novos mercados,
lançamentos, inovações. Afinal é
novo, nãohá razãoparaumconhe-
cimento anterior. Mas o mesmo
não acontece quando se trata de
um público que é nosso vizinho:
o consumidor de baixa renda. É
quandonosdeparamoscomasnos-
ADESCOBERTADOBRASIL
NO SÉCULOXXI:
OCONSUMID
OR
DE
BAIXA
RENDA
1...,36,37,38,39,40,41,42,43,44,45 47,48,49,50,51,52,53,54,55,56,...138
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