Marco_2008 - page 21

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MARÇO
/
ABRIL
DE
2008 – R E V I S T A D A E S P M
Chieko
Aoki
cios, porque essa é a primeira neces-
sidade. E esses hotéis denegócios vão
crescertambémnasáreasondecrescea
economia.Entãosomosumtermômetro
importantedaeconomia,porqueaonde
vai a economia, nós vamos atrás. O
agronegócio está crescendo, então
queremoshotéisnessa região.
GRACIOSO
– Uberlândia, Campo
Grandeeassimpordiante.
CHIEKO
– Então esse é o primeiro
mercado, porquenós temos de suprir
umanecessidadedeummercadoque
a gente tem certeza que existe. O
mercadodo turismoprecisa sim,mas
éummercadoumpoucomais difícil
pornãoestartotalmentenanossamão,
dependedecomoopaísévendidono
exterior,depende tambémdecomoos
outrospaísestrabalhamcomoturismo.
Eu tenho muito mais percepção em
relaçãoàeconomiabrasileira.Nóses-
tamosexpandindopara todaAmérica
Latina. Já temosdoisou trêshotéisna
Argentina, estamos abrindoum resort
no Peru, queremos ir para o Chile
– nesse caso do Peru é resort, mas a
maioria sãohotéisdenegócios.
GRACIOSO
– A hotelaria ameri-
cana – nos tempos emque o turismo
americano era muito importante, os
americanoscomeçaram,de repente,a
viajarparaaEuropaeoutrospaíses–foi
atrás; oHilton veiopara oBrasil para
servir os homens de negócios ameri-
canos. Você enxerga um futuro para
ahotelariabrasileira como caudatária
dosbrasileirosqueestãocadavezmais
fazendonegócios foradoBrasil?
CHIEKO
– Sim, não só de negócio.
Acho que o brasileiro tem uma coisa
muito interessante. O brasileiro bem
treinadoéumprofissionalexcepcional
porqueele temmuitacriatividade. Ele
sabequandoprecisa serflexível enão
é toda raçaqueconsegue.
GRACIOSO
- Nós ouvimos isso
doBelarmino, em relação a restau-
rantes –eleédonodoRubaiyat. Ele
diz que primeiro vem o brasileiro,
depois o argentino e por último o
espanhol. Ele tem restaurantesaqui,
naArgentina e na Espanha.
CHIEKO
–Euvejoque, paraalgumas
culturas, algumas nacionalidades, é
muito difícil ter esse calor humano,
esse jeito do brasileiro. Só que não
pode ser só isso; precisa ser profis-
sional.Então,escolhendobonsprofis-
sionais,émuito fácilabrirumhotelde
sucessocomosbrasileiros,não tenho
dúvida, porque os nossos hóspedes
estrangeiros adoram os hotéis e nós
perguntamosomotivodegostaremdo
Brasil e eles respondem: “Porque eu
gostodocalorhumanodoBrasil,gosto
de ser recebidoaqui”.Voucontarum
casomuitointeressantequeaconteceu
comonossohotelaquiemSãoPaulo.
Eu fui visitar um cliente japonês e vi
a foto do nosso capitão-porteiro no
escritóriodele. Entãoperguntei: “Esse
éo capitãoporteirodonossohotel?”
Ele me explicou que ficou hospe-
dadoemnossohotel e, todososdias,
quando voltava cansado, o capitão
porteiro dava um sorriso tão grande,
que aquilo recarregava as energias
dele – e sentia-se acolhido e feliz.
Antes de ir embora, ele tirou a foto.
Nãoébacana? Entãoobrasileiro tem
de valorizar isso e, na BlueTree, nós
incentivamos, não se deve bater nas
costas,mas incentivamosasorrir,aser
gentil. Eu tive uma funcionária, uma
“guest relations” que fez o seguinte
com uma executiva, vice-presidente
de um banco americano: um dia ela
estava triste,eanossa funcionáriaper-
guntouoqueela tinha. “Eunãoestou
bemcomomeumarido,achoquevou
divorciar”. Então eladisse: “Olha, eu
não posso resolver o seu problema,
masposso te levaraumacartomante”.
Aamericanaadoroueficouclienteda
cartomante! Imaginaseumamericano
ouum japonês fariam isso?Naminha
vidaprofissional, tenhohistórias fasci-
nantes, coisas que só os brasileiros
fazem. E acho que nós, na empresa,
temos de incentivar isso, porque há
empresasqueatéescondemesse tipo
de tratamento.Mas temosde incenti-
var essa naturalidade e cordialidade,
embora tentando formatá-lasdeuma
maneiraprofissional.
“AAMERICANAADOROUE
FICOUCLIENTEDACARTOMANTE!”
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