Marco_2008 - page 18

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R E V I S T A D A E S P M –
MARÇO
/
ABRIL
DE
2008
Entrevista
caféno lobby, quecoisa feia!” Então,
você compra um negócio bonitinho,
colocano lobby; temde estar pronto
quandoapareceroprimeirohóspede,
alémde serumcafécomaroma, gos-
toso, enãopodeficar frio. Eosoutros
funcionários ficam livres para servir
o café damanhã no restaurante. Foi
assimquenasceucafezinhono lobby,
no Brasil. Criei também serviço para
hóspede habitué. Naquela época, as
pessoasviajavammuitoRio-SãoPaulo,
e como tínhamos hotéis nas duas
capitais, muitos hóspedes podiam
deixar suas coisas em um lugar ou
emoutro,comomaterialde toalete,as
roupaseramlavadas.Então,coisasque
estão sendo feitashoje, eu já faziahá
25 anos. Criei também serviços para
mulheres, que ainda não existiam.
Naquela época, quandomulher saía
sozinhadeumhotel,eraporque tinha
tido um caso com um homem. E eu
pensava: mas não é possível, tem
mulheresque trabalham, sãoexecuti-
vas.Muitas, quando se hospedavam,
comiamnoapartamentoporquefica-
vamconstrangidasde iraorestaurante
porsó terhomens,executivos.Pensei:
vamos acabar com isso, queremos
mais mulheres, à vontade, no hotel
e criei o posto de “guest relations”.
Erammulheresqueiamaorestaurante,
junto com as nossas hóspedes, iam
aobar, batiampapo, paradeixá-las à
vontade. Criei umpacotede serviços
para as mulheres, porque elas têm
outras necessidades, o que foi uma
novidade nomundo inteiro. Então o
que eu gosto éde criar serviços, ino-
vação é uma conseqüência, porque
estou sempre focadanoqueeuposso
fazermelhor para os nossos clientes.
Enossos clientes não são somenteos
hóspedes; há os nossos clientes que
sãoos que reservam, as operadoras,
então eu fico pensando em como
posso facilitar a vida deles. Para
uns, será a tecnologia; para outros,
atendimento; para outros ainda,
será a rentabilidade. Então o servir
vem da minha cultura do Oriente.
Euachoqueo ser humanoestáaqui
para servir enão somenteparaviver
parasi.Somos felizesquandoaspes-
soas que estão em volta e das quais
gostamos também estão felizes. Se
pensarmos profundamente nisso,
não veremos uma pessoa que não
seja felizdeixandoasoutraspessoas
felizes. Por que as pessoas querem
tanto dinheiro, querem comprar
presentes,darconforto?Euachoque
poucas pessoas fazem coisas para
si; fazem para os outros. Eu tenho
grandeprazer em servir as pessoas.
JRWP
–Você tem planos de traba-
lhar com outras faixas?
CHIEKO
– Eu gostaria de ampliar
a minha faixa de segmento de
atuação, mas meus clientes não
aceitam. Já tentei, atécriei umpro-
dutoque chamavaBlueTreeBasic.
Mas meus clientes não aceitam.
Eles diziam: “Prefiro pagar mais,
mas não quero o básico”.
GRACIOSO
– E quem são os seus
clientes? São viajantes anegócios?
CHIEKO
–Negócios e eventos.Meu
foco é negócio.Temosmuitos indivi-
duais,maisnosfinaisdesemana,mas
nãoéde lazer.Tinhahotéisde lazer
–Angra,CaboSantoAgostinho,dois
resorts, Brasília, que era menos re-
sort, mas voltado para convenções,
“PEDIAMCAFEZINHOAOGARÇOM, QUE
TINHADEATENDERORESTAURANTECHEIO.”
“OTURISTAVAI ATÉNÃOSEI
ONDESOMENTEPARACOMEROPEIXE.”
Imagens concedidas peloGrpoBlueTree
HOTELARIA
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