Marco_2008 - page 17

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MARÇO
/
ABRIL
DE
2008 – R E V I S T A D A E S P M
Chieko
Aoki
Caesar Park, oAlgonqui eramhotéis
menores,quenóschamamoshojede
hotéis boutiques...
GRACIOSO
–Tratamentoquasepessoal.
CHIEKO
–Exatamente.Os grandes
hotéis americanos que tinham
700 a mil apartamentos era outro
tipo de marketing, vendas, de
operacionalizar... São produtos
totalmente diferentes. Por outro
lado – na época havia o Plaza de
Nova York, tinha hotéis maravi-
lhosos – omeu desafio era: como
fazer com que um hotel de 700 a
800 apartamentos, com sindicato
muito forte, pudesse ter um aten-
dimento personalizado? E, para
mim, o benchmark sempre foi o
padrão japonês, porque hotelaria
na Ásia é realmente especial.
JRWP
–Qual seriao segredo, odife-
rencial asiático?
CHIEKO
–Écultural.
JRWP
–Não seria legal, do ponto
de vista também dos sindicatos,
por exemplo?
CHIEKO
– Também faz diferença,
masantesde tudoécultural,porque
parao japonês,pela suahistória, ele
tem prazer em servir.Muitos países
da Ásia, pela cultura budista, têm
prazer em servir.
JRWP
–Servir nãodiminui!
CHIEKO
–Nunca, sóenriquece.
GRACIOSO
–Na rede em que você
dirige hoje, a Blue Tree, é alta a
percentagemde empregados de des-
cendência japonesa?
CHIEKO
–Não.
GRACIOSO
–Portantovocê transfere
essa cultura, essas normas, também
paraosbrasileiros?
CHIEKO
–Sim.Aspessoas absorvem
estilo,umpadrãode trabalho,quando
– de coração – elas admiram aquilo,
querem ser daquele jeito. Então eu
trabalhomuito com a absorção pelo
nossopessoaldasminhascrenças. Eu
quero que aquilo que estou falando
sejaacrençadeles,nãoadiantasersó
aminha crença. Claro que há vários
tipos de trabalhos que precisam ser
feitos, mas não adianta treinar, se a
pessoa não acredita naquilo. Então é
uma crençamesmo. Quem trabalha
para o Blue Tree é porque gosta de
servir, gosta de gente, porque só
quemgostadegentesabe treinarbem.
Treinamento ou desenvolvimento de
pessoaséporque segostadepessoas,
acredita-se nelas. Nós procuramos
ter no BlueTree não só pessoas que
gostamdeservir,mas tambémpessoas
quegostamdegente.
GRACIOSO
–Vocêachaqueessafiloso-
fiaéoquedistinguea redeBlueTree?
CHIEKO
–Euachoisso,mastambémé
aparteda inovação,quegostomuito.
NaépocadoCaesar Park, quandoeu
eranovataaindanaáreadehotelaria,
eu não queria saber se as regras da
hotelaria estavam certas ou erradas;
queriaera fazer,oquenumcertosen-
tidoébom,porquevamosquebrando
regras, poisparaquem tem “pré-con-
ceitos” é difícil quebrar paradigmas;
quem “não estánem aí”, faz.Omeu
foco era sóo cliente, queria saber se
eleestava satisfeito, seminhaequipe,
meu pessoal poderia trabalhar bem
daquele jeito. Essas duas vertentes
para mim eram importantes. Então,
por exemplo, coloquei aquela coisa
de servir cafezinho no lobby, que,
na época, todo mundo começou a
imitar, noBrasil inteiro. E por que eu
criei? Porqueestava sempreno lobby
do hotel e via, às 8 horas damanhã,
o pessoal fazendo check-out, aquela
confusão, e como brasileiros gostam
muito de café, pediam cafezinho ao
garçom,que tinhadeatenderorestau-
rantecheio, comgente tomandocafé
damanhã.Quandoeuviaquilo,pen-
sei: temosdeencontraruma solução,
então vamos colocar cafezinho no
lobby. Disseram: “imagina colocar
“OMERCADOERAPROPÍCIO
PARAOMERCADO JAPONÊS,
QUETINHAMUITODINHEIRO.”
“QUEMTRABALHAPARAOBLUETREEÉ
PORQUEGOSTADESERVIR.”
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