Marco_2008 - page 19

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MARÇO
/
ABRIL
DE
2008 – R E V I S T A D A E S P M
Chieko
Aoki
eeraumaparceriacomum fundode
pensões que tinha ações da minha
empresa,maseu recompreiasações
e devolvi os hotéis. Eu tenho tam-
bémumhotel resort em Lins, que é
umhotel deáguas termais, ealguns
projetos nossos...
GRACIOSO
– E o futuro? Continua
apontando o business traveller ou o
turismo tendeacrescermais?
CHIEKO
–Tende a crescer mais. Na
minha época, só comecei a viajar
quandoeraestudante,porquequando
era criança não tinha esse conforto,
meus pais não tinham condições.
Então a viagem era uma coisa cara,
hojeviagem fazpartedocardápioda
família, das necessidades humanas.
Eu não sei por que, talvez a vida
esteja mais estressada, porque eu
não viajava, mas não era estres-
sada, eu não viajava e era feliz.
Hoje quem não viaja é infeliz.
JRWP
–Masseráquenãoéumavisão
maispaulista,maisurbana?
CHIEKO
– Mas eu acho que está
alastrando, porquemesmo na China
aspessoas estãoviajandomuito.
GRACIOSO
–Principalmenteosjovens.
CHIEKO
– Então por quê? Porque
eles aprenderam, desde criança, que
viajar faz parte. Quem viajou uma,
duas vezes não consegue deixar de
viajaruma terceiraequarta.Então,eu
achoqueéuma tendênciaasviagens
aumentarem cada vez mais, existe
tambémumachamadamuitogrande
de vários destinos para incentivar
as viagens. Em qualquer lugar, eles
explorammuitoo turismo.Qualquer
país que não tenha nada, eles explo-
rammuitoo turismo.VejaCingapura,
quenão temabsolutamentenada,país
pequeno.Veja sóoque eles fizeram:
exploraram serviço, umagrande fatia
desse setor de serviçoé turismo.
GRACIOSO
–Dubai, agora.
CHIEKO
– Então todo mundo ex-
plora turismo,porquesabequeéuma
tendênciamundial.Ecomoéque isso
está sendo explorado? Dubai de um
jeito mostrando grandiosidade. No
Japão, por exemplo, exploram turis-
mo, mostrando pequenos nichos: é
umapedra, uma rocha, um laguinho,
mas eles fazemmarketing, divulgam,
criamummistério,umvaloragregado
em cima daquiloque, de repente, se
tornou um destino. Então as opções
não acabam, a forma de se trabalhar
osaspectosturísticosdequalquerlugar
estão crescendo em todos os pontos.
Eo interessanteéquequantomais se
faz isso, mais estámudando o perfil
do turista. Hoje, o turista vai até não
seiondesomenteparacomeropeixe,
ouseja láoque for,daquele lugar.Tem
uma empresa de turismo, uma ope-
radora, que fui visitar e fiquei muito
impressionada, porque eles fazem
viagens específicas. São pessoas da
terceira idade, que viajarammuito e
querem conhecer coisas inéditas.Há
pacotes, por exemplo, para África
do Sul só para ver o jacarandá em
flor. Japonês não corta planta, não
corta flor, é um pecado; eles tiram
foto, apreciam, almoçam, tomam
lanche embaixo das árvores. E eu
fiquei sabendo disso porque eles
falam assim: “O Brasil tem tanta
biodiversidade, por que vocês não
exploram isso que é uma riqueza
muito grande?” Para nós, ainda te-
mosmuita coisa a explorar.
JRWP
–O que você está falando é,
de fato, uma certamágica, é como
se, de repente, esse aspecto da
viagem, de se sair deondeapessoa
está,estivesse trazendodevoltauma
certamagia. Alguma coisa que tem
a ver com a fantasia.
CHIEKO
– Eu acho que está namão
exatamente de seus alunos, porque
éomomentode sedespertar para as
coisas comuns, criar valor agregado,
chamaratençãoparaaquilo,empaco-
tareentregar.Aspessoas têmpreguiça
deenxergaraquilo,porqueestáaí.As
pessoas estãoprecisandodeespecia-
listas que peguem um copo d’água
e pensem: como eu tomo esse copo
d’água?Tem tantagentequerendoex-
plorar alguma coisa, querendo trazer
riqueza à sua vida através de riqueza
queoutraspessoascriam.Entãocomo
euvejoumcopod’água? Eu fariaum
copocomumcoloridodiferentepara
queomeuclientenuncamaisesqueça
aáguadoBrasil.Nãopodemos fazer
“NOSSOSCLIENTESNÃOSÃO
SOMENTEOSHÓSPEDES.”
Ð
Imagens concedidas peloHospital São Luiz
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