Marco_2008 - page 9

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MARÇO
/
ABRIL
DE
2008 – R E V I S T A D A E S P M
permanente e commais qualidade,
depende de um trabalhodemédio e
longoprazos.
CLÁUDIA
– Você trabalhou muito
tempo no Nordeste. O que você
aprendeu láqueaplicahoje?
JEANINE
– O Brasil é um país al-
tamente diverso e, na equipe da
Embratur, temos pessoas de todos os
lugares,comsuasdiversas formações.
As pessoas agregam, cadauma, suas
experiências profissionais ou pes-
soaisparadesenvolver o trabalho. Se
você pensar em São Paulo, a cidade
temdinâmica e economiapróprias.
Muitasvezes,nonossocampo (turis-
mo), o setor privado é tão pujante,
que não há uma dependência tão
grandedaatuaçãopúblicaparaque
as coisas aconteçam.
NoNordeste,o turismo foi transforma-
do emuma atividade econômica tão
importante, que reescreveu aprópria
economia regional e a sua própria
história.Omundomudou.Osserviços
hoje têmumaenormepreponderância
e as atividades econômicas donosso
país estão extremamente concentra-
das.Nestecenário,o turismonoNor-
deste temuma imensacapacidadede
geraçãodenegócios,deempregabili-
dade,emesmodesustentabilidade.A
sobrevivênciado turismodependeda
sustentabilidade econômica, cultural
eambiental.Nesse sentido, ahistória
econômica do Nordeste tem sido
reescrita por meio do turismo, como
um investimento público – e que
não seria tão grande se comparado a
outros investimentos, emoutrasáreas
econômicas. A atividade do turismo
tem,de fato,umpesodiferenciadono
Nordeste. O produto turístico “Nor-
deste” tem especificidades e uma
riqueza cultural muito grande. O
Nordeste é conhecido pelo sol e
pelas praias, mas – se você for para
cada estado – vai encontrar rituais
religiosos, festas populares, história,
cultura e mesmo recursos naturais
absolutamenteúnicos, cadaum com
suaspeculiaridades.
CLÁUDIA
–Comovocêvêamigração
dos novos residentes europeus no
Nordeste?Oque isso significaparao
desenvolvimento do nosso turismo e
da região?
JEANINE
– É preciso uma balança
para bemmedir os dois lados que
esse tema envolve. Um é extrema-
mentepositivoe interessante: avinda
de investidores, a geração de novos
produtos e serviços, a construção
de novos espaços de turismo e lazer
nas regiões brasileiras, a geração de
empregosqueaconstruçãocivil traz.
Tudo isso é indiscutível. Mas cada
lugar tem uma realidade e é preciso
queexistasempreumequilíbrioentre
odesenvolvimentodessesprodutos e
o tamanhodosdestinos,equese faça
umesforçodeplanejamentodemédio
e longoprazos.Faz-senecessáriauma
gestão estadual e municipal – que
passaporumplanodiretoraté infra-es-
truturas. SeolharmosparaaEspanha,
que todomundo gosta de dar como
exemplo,há lugares–ondeesse fenô-
menoaconteceuhá20anos–,prédios
eoutras construçõesqueestão sendo
derrubados.Então,é importantequeo
Brasilsejaalvode investimentosnessa
área.Maséessencialqueesses inves-
timentossejam feitosnamedidacerta,
paraquenão se tenhaumexcessode
oferta. Para que se tenha gente para
ocupar esses lugares. É precisohaver
a combinação da economia com a
sustentabilidadeambiental.
CLÁUDIA
– O turismo sustentável
acontece, de fato, noBrasil?
JEANINE
–Sim,oBrasil temexemplos
fantásticos. Tem o Refúgio Caiman –
queganhouumprêmio internacional
de sustentabilidadepelaharmoniada
exploração da atividade econômica,
feitademaneirarentávelemumhotel-
fazenda e emuma região ambiental-
mente preservada. Essa é a fórmula
OREFÚGIOCAIMAN
GANHOUUMPRÊMIO
INTERNACIONAL
Ð
AMARCABRASIL
ÉUMSUCESSO
Jeanine
Pires
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