Roberta
Dias Campos
95
MARÇO
/
ABRIL
DE
2007 – R E V I S T A D A E S P M
a prática de quem o consome de
forma renovada.
Esse uso particular contribui para
investigarpráticasdeconsumo,que
sópodem“tomarcorpoeexpressão
pelogestoepelamatéria” (Warnier,
1999, p. 125). Este trabalho tempor
objetivo investigar as práticas de
apropriação, pelos consumidores,
de objetos diversos relacionados à
mercadoria Coca-Cola, tornando-
os singulares em seus contextos
de vida e sendo, assim, matéria de
construção identitária. Tomando
por base o conceito de Kopytoff
(2003),debiografiadosobjetos, em
que determinado objeto percorre
posições diversas em sua trajetória,
buscou-se descrever a trajetória
dos objetos Coca-Cola e, mais
particularmente, as estratégias de
singularização da mercadoria, por
seusconsumidores, sendo levadado
mercado demassa para o universo
particular das histórias pessoais.
Coca-Cola, no entanto, revela uma
presençamaisprosaica,maiscotidia-
na: emobjetos simples, pedaços de
embalagens, brindes promocionais
de baixo valor, que estão presentes
em jogos, brincadeiras, festas,
coleções.Estapresençamenosgran-
diosa revela a intervenção do con-
sumidornoproduto, transformando-
oem recursode suaatuaçãodiária.
Quando Coca-Cola se revela mais
como objeto manipulado do que
manipulador poder-se-á descrever
ÇÃODAMERCADORIA
POR SEUSCONSUMIDORES
Fotos divulgação:www.cocacola.americanas.com.br-Vendas revertidas para projetos sociais.
