Marco_2007 - page 99

Roberta
Dias Campos
103
MARÇO
/
ABRIL
DE
2007 – R E V I S T A D A E S P M
O bolo de aniversár io foi
encomendado pela irmã de
Luíza a uma padaria que o fez
especialmente em forma de
tampinha de Coca-Cola. Os
pirulitos foram embalados em
papéis com o logo impresso
da internet pela impressora
doméstica da família.
Nesta mesma estratégia encon-
traremos o colecionador de
Coca-Cola. Ao longo de sua
vida, ele acumuloumilhares de
embalagens, objetos, materiais
promocionais, fotos, recortes
de jornais. Trocam entre si
objetos que têm em duplici-
dade ou, após se conhecerem
em eventos mundiais, cons-
troem uma amizade através
da oferta de presentes para a
coleção uns dos outros. A for-
ma de obtenção de objetos para
coleção passa também pelos
contatos especiais e não pela
compra habitual como fazem
os consumidores comuns. Os
colecionadores obtêm kits pro-
mocionais completos ou gar-
rafas comemorativas (que são
valiosas na rede de troca dos
colecionadores) através de re-
lações de amizade que mantêm
com funcionários da empresa.
Com o tempo, sua coleção tor-
nando-se importante no Brasil,
muitas vezes eles devolvem o
gesto de apoio à Coca-Cola, em
eventos, através do empréstimo
de itens de sua coleção. Ao
descrever cada objeto, o cole-
cionador entrevistado valoriza
a história que fez com que ele
pudesse ter acesso àquele ob-
jeto particular.
V.
AS ESFERAS
DE TROCA
A descrição das estratégias de
singularização de consumi-
dores e do colecionador nos
conduz ao debate sobre os sis-
temas de valor que geram essas
trocas e trajetórias dos objetos.
A formadeobtençãodeobjetospassa
tambémpelas relaçõespessoaisenão
pelacomprahabitual como fazem to-
dososconsumidores.Ocolecionador
obtém kits promocionais completos
ou garrafas comemorativas.
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