Janeiro_2008 - page 102

Gestão deRH
como fator competitivo
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JANEIRO
/
FEVEREIRO
DE
2008 – R E V I S T A D A E S P M
“ASPESSOAS FALHAMPOR FALTA
DACAPACIDADEDEPÔRO
CONHECIMENTONAPRÁTICA.”
Ð
professor da ESPM, mas teria
prazer em ser mentor de alguém.
Gostaria de deixar esta sugestão,
como minha contribuição.
MARCOS
– Peguem o exemplo
de um jovem que acabou de se
graduar na ESPM e vai fazer uma
pós-graduação em marketing.
Está estendendo os seus estudos
em 2 anos, quando o que deve-
ria era estar mergulhando em
gente, teria de aprender sobre
gente e não mais sobre coisas.
Quando esse jovem for diretor
de uma empresa, ele vai ver que
o seu desafio vai ser 80% gente
e só 20% coisas. A questão que
eu proponho é: de que forma
as universidades traçam essa
realidade? O segundo ponto em
que acredito é a questão da pre-
destinação. O cara está lá com
20 anos e diz: vou trabalhar em
marketing ou vou ser médico,
e o que pode acontecer é que,
depois de uns 3 ou 4 anos ele
descobre que não é bem isso,
mas ainda assim permanece no
jogo. Na minha equipe de RH,
por exemplo, tenho três pessoas
da área de marketing e se en-
contraram em RH, assim como
tive um engenheiro que se deu
muito bem. Uma criança desde
pequena diz que vai ser médico,
mas pode fazer um concurso
público e virar ministro. E a em-
presa, dentro do seu processo
de administração e sucessão,
tem de criar mecanismos para
detectar isso. Significa que eu
tenho de olhar as pessoas na es-
trutura e imaginar que esse cara
pode ser qualquer coisa, que um
engenheiro de produção pode se
tornar um cara maravilhoso em
marketing e o cara demarketing
pode se tornar maravilhoso em
planejamento de produção.
GRACIOSO
– Eu dirigi esta Es-
cola durante 26 anos e – olhando
para trás – foi uma das fasesmais
felizes da minha vida profis-
sional. Mas, ao longo desses
anos, pessoas que conviviam
comigo disseram: você parece
que tem medo de ser feliz.
Porque muitas vezes eu me
comportava como possuído
por um espírito de missão,
que é característico das
pessoas que se dão uma
tarefa, a inquietação que
isto traz, a angústia... Que
bom executivo não conviveu
com a angústia, a incerteza, com
a insatisfação consigo mesmo,
com a ênfase demasiada para a
sua própria felicidade no futuro
e não no presente? Vocês con-
cordam que isso é parte da vida
e da sina de um executivo – e que
nósdeveríamos tambémprepararos
jovens para que não tenhammedo
de ser infelizes?
MARCOS
– O que é a evolução?
Você tem de desestabilizar para
poder evoluir. Sevocênãodesesta-
biliza, mantém o
status quo.
Esses
jovens querem evoluir. Essa é a
escolha que a gente tem de fazer
de fato.A escolha é: eu esperoque
omundomedesestabilizeparaque
euvápara frente, oueumesmome
desestabilizo?
JR
– Existe uma terceira, que é
desestabilizar omundo.
MARCOS
– Eu acredito mais em
“eume desestabilizo”. Quer dizer,
ponho a crise em mim mesmo,
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