 
          
            Revista da ESPM
          
        
        
          |maio/junhode 2012
        
        
          
            70
          
        
        
          ordem e progresso
        
        
          morte violenta, substituindo o
        
        
          
            fear
          
        
        
          , que há um tempo
        
        
          resulta da guerra de todos contra todos e a retroalimen-
        
        
          ta (usamos a imagem da inflação), pelo
        
        
          
            awe
          
        
        
          , que é sua
        
        
          versão regulada, civilizada, sua passagemde sentimen-
        
        
          to antissocial para social e socializador. Mas, assim
        
        
          procedendo, o Estado ainda não pode nada quanto ao
        
        
          medo da morte. É contido o homicídio e inaugurado o
        
        
          prazer nas relações sociais, mas um espectro continua
        
        
          a rondar a condição humana: a inevitabilidade da morte
        
        
          e o medo daquilo que virá depois dela. Ora, aqui não
        
        
          apenas nasce a religião, como todo discurso está ligado
        
        
          a um poder, que o profere e eventualmente manipula
        
        
          também o clero. Este, assim, é um espinho cravado na
        
        
          garganta do Estado (Ribeiro. Op. cit. p.156).
        
        
          Durantemuito tempo, o Estado foi causa e efeito no todo
        
        
          social, determinando sua objetividade como as funções
        
        
          que possuem certos organismos, animais ou vegetais, em
        
        
          relação à nutrição, reprodução ou defesa. Essa concepção
        
        
          do Estado foi muito bem-vinda pelos regimes fascistas ou
        
        
          autoritários,econcretamentecomainstauraçãodaDoutrina
        
        
          deSegurançaNacional(DNS),dogeneralGolberydoCoutoe
        
        
          Silva,espalhadapeloconjuntodospaísesdaAméricadoSul.
        
        
          Os territórios geográficos limitados pela presença de
        
        
          diferentes povos fiéis do Estado, umelemento central na
        
        
          limitação territorial, desenvolve a necessidade de uma
        
        
          ação de proteção, no sentido de diminuir a ampliação
        
        
          de outras populações. Surge a necessidade de uma soli-
        
        
          dariedade e identidade, nos planos culturais, políticos e
        
        
          sociais, frente a seus limites externos. Dessa forma, tem
        
        
          início o contrato social, teoria segundo a qual a reunião
        
        
          dos homens em sociedade não é um evento natural ou
        
        
          AesquizofreniadoEstadodepoisda
        
        
          quedadas torresgêmeas fezsurgir, de
        
        
          umlado, umpoder hegemônicoabsoluto
        
        
          e, deoutro, umapresençacadavezmais
        
        
          marcantenasdecisõeseconômicas,
        
        
          sobretudoapartir dacrisede2008
        
        
          Anthony Correia