 
          maio/junhode2012|
        
        
          
            RevistadaESPM
          
        
        
          
            47
          
        
        
          Luiz Lara
        
        
          
            Gracioso
          
        
        
          –
        
        
          
            Trabalhei em campa-
          
        
        
          
            nhas desse tipo.
          
        
        
          
            Lara
          
        
        
          – Também ensinou, numa
        
        
          l i nguagem sut i l e del icada , as
        
        
          mulheres a usar absor vente fe-
        
        
          minino, as donas de casa a lavar
        
        
          melhor a roupa, a operar a má-
        
        
          quina de lavar e muitos outros
        
        
          equ ipamentos domést icos. En-
        
        
          tão, a propaganda também pode
        
        
          ser utilizada, como instrumento
        
        
          legítimo, para disseminar bom
        
        
          compor tamento em relação ao
        
        
          consumo responsável de bebidas.
        
        
          Ela pode ser utilizada de forma
        
        
          socia lmente responsável pa ra
        
        
          disseminar esse novo conceito
        
        
          de sustentabilidade que estamos
        
        
          construindo. Ainda estamos vi-
        
        
          vendo um período de gerúndio na
        
        
          questão da sustentabilidade, mas
        
        
          a propaganda pode, sim, de forma
        
        
          verdadeira e transparente, disse-
        
        
          minar as boas práticas na gestão
        
        
          de marcas que estão em busca da
        
        
          equação de seus recursos sociais,
        
        
          ambientais e econômicos. A pro-
        
        
          paganda cumpre o papel de estar
        
        
          à frente do seu tempo, dissemi-
        
        
          nando bons hábitos de forma
        
        
          proativa. É papel da comunica-
        
        
          ção educar, informar, entreter.
        
        
          Uma recente pesquisa do Ibope
        
        
          r ea l i zada pe l a Abap mos t rou
        
        
          que 87% dos brasileiros gostam,
        
        
          conhecem e confiam na propa-
        
        
          ganda brasileira. Diante disso, a
        
        
          propaganda não pode deixar de
        
        
          cumprir esse papel relevante. E
        
        
          se ligarmos a TV aberta ou a cabo,
        
        
          as rádios, jornais e revistas, vere-
        
        
          mos vários exemplos de veículos
        
        
          e agências empenhados em reali-
        
        
          zar esse tipo de campanha.
        
        
          
            Gabriela
          
        
        
          –
        
        
          
            Com base na sua expe-
          
        
        
          
            riência no atendimento de contas
          
        
        
          
            como Banco Real e Natura, você
          
        
        
          
            acredita que uma posição huma-
          
        
        
          
            nista favorável à sustentabilidade,
          
        
        
          
            ao respeito à natureza e ao ser hu-
          
        
        
          
            mano torna mais remota a possibi-
          
        
        
          
            lidade de intervenção do Estado na
          
        
        
          
            comunicação e no próprio negócio
          
        
        
          
            da empresa?
          
        
        
          
            Lara
          
        
        
          – Banco Real e Natura não
        
        
          fizeram publicidade da sustenta-
        
        
          bilidade. Elas adotaram práticas
        
        
          sustentáveis na gestão de suas
        
        
          marcas e buscaram a equação dos
        
        
          recursos sociais, econômicos e
        
        
          ambientais no seu dia-a-dia. E ex-
        
        
          pressaram isso na sua comunica-
        
        
          ção mostrando a missão, os valo-
        
        
          res e o jeito de fazer de forma res-
        
        
          ponsável, ética e transparente.
        
        
          Sou contrário a tentar maquiar
        
        
          prát icas de empresas e usa r a
        
        
          sustentabilidade como modismo.
        
        
          A propaganda constrói posiciona-
        
        
          mento e procura integrar diver-
        
        
          sas disciplinas de comunicação
        
        
          sobre o mesmo diapasão concei-
        
        
          tual alicerçado na verdade e na
        
        
          transparência. O objetivo é criar
        
        
          uma cultura de marca para trans-
        
        
          mitir verdade, missão, valores e o
        
        
          jeito de ser de uma empresa. Esse
        
        
          posicionamento é construído de
        
        
          dentro para fora. Então, ela pre-
        
        
          cisa se relacionar com todos os
        
        
          públicos: funcionários, colabora-
        
        
          dores, parceiros, distribuidores,
        
        
          consumidores, acionistas, órgãos
        
        
          r eg u l ador es , aut or idades nos
        
        
          âmbitos municipal, federal e es-
        
        
          tadual, ONGs, imprensa e a socie-
        
        
          dade como um todo. Não acredito
        
        
          que a sustentabilidade deva ser
        
        
          usada para dar um tom mais hu-
        
        
          manista à marca, ela só deve ser
        
        
          comunicada se for verdadeira. E
        
        
          as relações com o Estado entram
        
        
          no dia-a-dia das organizações e
        
        
          das empresas, assim como a rela-
        
        
          ção com os demais
        
        
          
            stakeholders
          
        
        
          .
        
        
          Adotar boas práticas é essencial.
        
        
          O modelo de governança exigido
        
        
          pelas organizações precisa ser
        
        
          cada vez mais transparente, por-
        
        
          que a reputação de uma empresa
        
        
          
            “Defendo que
          
        
        
          
            todo produto
          
        
        
          
            legalmente produzido,
          
        
        
          
            distribuído e
          
        
        
          
            comercializado
          
        
        
          
            possa ser propagado,
          
        
        
          
            respeitando as leis
          
        
        
          
            do país”
          
        
        
          
            “A propaganda é
          
        
        
          
            um espelho da
          
        
        
          
            sociedade, mas
          
        
        
          
            também cumpre o
          
        
        
          
            papel de estar à frente,
          
        
        
          
            disseminando bons
          
        
        
          
            hábitos de forma
          
        
        
          
            proativa”