Revista ESPM Mai-Jun 2012 - NEM BABÁ, NEM BIG BROTHER a eterna luta do indivíduo contra o Estado - page 51

maio/junhode2012|
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Luiz Lara
muito no conteúdo do seu código,
criando uma série de restrições à
propaganda de bebidas alcoólicas,
como a cerveja, que não pode ser
anunciada em comercia is com
pessoas menores de 25 anos ou
mostrar o ato de pedir a bebida.
São restrições que atendem às de-
mandas cidadãs da sociedade. Nós,
publicitários, temos de estar cada
vez mais conscientes do nosso pa-
pel de fazer campanhas criativas,
respeitar a liberdade de escolha do
consumidor, construir preferên-
cias para as marcas, sempre res-
peitando o Código de Autorregu-
lamentação do Conar. Ao mesmo
tempo, a propaganda deve investir
em campanhas de consumo res-
ponsável de bebidas. É importante
que consigamos sempre mostrar
que a propaganda pode ser disse-
minada para utilizar as práticas de
um consumo responsável.
Gabriela
Para finalizar, como
você vê o futuro da sua profissão?
Lara
– O futuro é fascinante, por-
que estamos na era do conheci-
mento e da informação. Hoje, com
tantos pontos de contato e intera-
ção entre as marcas e seus diver-
sos públicos, aumentou muito a
quantidade de plataformas de mí-
dia e interação. O grande desafio
que se coloca para todos os profis-
sionais de comunicação é como,
a partir de uma ideia memorável,
const r u i r um posicionamento
forte que ponha todas as discipli-
nas de comunicação sob o mesmo
diapasão conceitual. Isso porque
o valor futuro da marca será for-
mado pela soma de contatos e
interações dela com os seus diver-
sos públicos. A gestão da marca
ficou ma is complexa e o papel
das agências, mais relevante. Os
profissionais de comunicação pre-
cisam gerir todos esses pontos de
contato e fazer uma comunicação
mais integrada, eficaz, criativa e
positivamente interativa, porque
hoje o consumidor fala, mesmo
sem ser chamado a falar. Então, a
comunicação não é mais unidire-
cional e o diálogo é permanente.
O consumidor recebe aquilo que
você divu lga no ar, produz um
novo conteúdo e estabelece uma
conversa com as marcas. Estamos
na era virtual do conhecimento e
da convergência das plataformas
de mídia. A mídia retroalimenta
a mídia, a TV aberta alimenta o
Twitter, que alimenta o Facebook,
que é a l iment ado por jorna is,
revistas, TV a cabo, portais de in-
ternet, mídia
out of home
. Estamos
criando mais experiências com os
públicos. Uma empresa não conse-
gue mais viver sem comunicação.
Gracioso
O consumidor está ga-
nhando cada vez mais voz.
Lara
– E isso é muito positivo.
A reputação das empresas está
em risco a todo instante, somos
atores em cena aberta. Acredi-
to que a comun icação vá v iver
o seu apogeu neste sécu lo e os
profissionais do futuro saberão
percorrer essa grande avenida da
convergência e da integração.
Gracioso
Há vários anos, come-
çamos a falar na ESPM das novas
arenas da comunicação, que repre-
sentam exatamente o que você aca-
ba de descrever, a multiplicidade
de canais, que são utilizados com o
mesmo objetivo estratégico intera-
gindo entre si, sobre a égide de um
grande guarda-chuva. Estamos vi-
vendo na sociedade do espetáculo.
A própria propaganda tem de ser
um espetáculo para atrair e reter
a atenção do espectador. Enfim, o
futuro nos dirá para onde vamos.
Lara, foi ótimo. Parabéns, porque
você falou com muita clareza e não
deixou nada de fora.
Lara
– Foi um priv i légio estar
aqui. Muito obrigado.
“Ogrande desafioque
se colocapara todos
os profissionais de
comunicação é como,
apartir de uma ideia
memorável, construir
umposicionamento
forte que ponha
todas as disciplinas
de comunicação sob
omesmodiapasão
conceitual”
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