Revista ESPM Mai-Jun 2012 - NEM BABÁ, NEM BIG BROTHER a eterna luta do indivíduo contra o Estado - page 50

Revista da ESPM
|maio/junhode 2012
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entrevista
zado em 2008, criamos a Frente
Pa rlament a r de Comun icação,
que é presid ida pelo deputado
Milton Monti. Desde então, vários
pa rlamenta res acompanham a
apresentação de projetos de lei que
estabelecem novas regras, restri-
ções e até proibições para vários
segmentos da publicidade e ofe-
recem a nossa visão, num debate
legítimo e democrático. A Frente
Parlamentar tem funcionado mui-
to bem, porque estamos sempre
atentos e propensos ao diálogo.
Gabr ie la
E que balanço você
faz dos quatro anos de trabalho da
Frente Parlamentar?
Lara
– Um balanço extremamen-
te positivo, porque até então a
Abap não se pronunciava durante
a aprovação dos projetos de lei.
Não adianta nada ficar achando
que somos vítimas. Somos agen-
tes da sociedade e temos que cum-
prir com o nosso papel cidadão
de defender e valorizar a nossa
atividade. Este é um canal aberto
ao debate para que possamos apri-
morar ainda mais as práticas e o
conteúdo de nossas mensagens. O
objetivo das agências de publici-
dade e dos anunciantes é conectar
as marcas e respeitar o público
com o qual elas se relacionam.
Gracioso
O que ocorre nos paí-
ses mais representativos – Estados
Unidos, Japão, Alemanha, França,
Inglaterra e Itália – a este respeito?
Como as leis e os congressos desses
países tratam a nossa profissão?
Lara
– Há diferenças que refle-
t em exat ament e o es t ág io do
comportamento e o jeito de ser
e de fazer de cada um desses
países. Nos Estados Unidos, por
exemplo, a livre iniciativa é mais
rad ica l i zada . Já a lguns pa íses
eu ropeus es t abe lecem r eg ra s
ma is r igorosas . Temos de nos
inspirar nas boas práticas desses
pa íses, mas nossa propaganda
conquistou esse patamar porque
temos um modelo brasileiro de
agências de publicidade alicerça-
do no Cenp (Conselho Executivo
das Normas-Padrão), que reúne
prof issiona is de atend imento,
planejamento, míd ia , cr iação,
produção e finanças dentro da
mesma agência . Isso permit iu
que a propaganda brasileira capa-
citasse melhor os seus recursos
humanos e ganhasse asas. Hoje,
a criatividade brasileira é respei-
tada no mundo inteiro. Criamos
modelos de autorregulamentação
inspiradores para outros países e
respeitamos o Código de Defesa
do Consumidor e a Constituição
federal. O Brasil tem peculiari-
dades e nuances em relação à
cu ltura, à diversidade e à mis-
c igenação do nosso povo que
fizeram com que a propaganda
florescesse, criando uma indús-
tria de comunicação de primeiro
mundo. Então, vamos sim acom-
panhar, nos inspirar e monitorar
permanentemente as práticas de
outros países. O Brasi l precisa
respeitar, preservar e perenizar
todas as boas práticas, a gover-
nança e as entidades do setor que
garantem o respeito à criativida-
de, ao talento, à livre iniciativa
e à liberdade de escolha dos con-
sumidores. O que nos trouxe até
aqui são valores importantes que
nos permitirão seguir em frente,
e isso foi corroborado no V Con-
gresso. Temos de lutar por uma
comun icação ma i s i nc lusi va ,
criativa, integrada e propensa ao
diálogo.
Gabriela
A Lew’Lara atende a
contas de bebida alcoólica, como a
vodca Absolut, que enfrentam uma
série de restrições na propaganda.
Nesse setor, a regra da educação no
lugar da proibição também poderia
ser válida?
Lara
– O Conselho de Autorregu-
lamentação Publicitária evoluiu
“Ovalor futuro da
marca será formado
pela soma de contatos e
interações dela comos
seus diversos públicos”
“Somos agentes da
sociedade e temos de
cumprir comonosso
papel de cidadão, de
defender e valorizar a
nossa atividade”
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