 
          maio/junhode2012|
        
        
          
            RevistadaESPM
          
        
        
          
            49
          
        
        
          Luiz Lara
        
        
          A campanha foi julgada e o Conar
        
        
          entendeu que não seria preciso tirar
        
        
          o comercial do ar, até porque as
        
        
          crianças crescem ouvindo histórias
        
        
          como a da Branca de Neve, os Sete
        
        
          Anões e a da Bruxa Malvada. Este
        
        
          debate é fantástico.
        
        
          
            Gabriela
          
        
        
          –
        
        
          
            Baseado nesta expe-
          
        
        
          
            riência, qual deve ser o limite da
          
        
        
          
            publicidade voltada para o público
          
        
        
          
            infantil?
          
        
        
          
            La ra
          
        
        
          – Sou publ ic it á r io, mas
        
        
          também sou pai e educo os meus
        
        
          filhos. Proibir a propaganda para
        
        
          cr ianças é impossível , porque
        
        
          hoje vivemos na era do conheci-
        
        
          mento e da informação. Se você
        
        
          proíbe a propaganda na TV, ela
        
        
          continuará acontecendo em re-
        
        
          vistas e jornais infantis, tablets,
        
        
          games, internet, shoppings, su-
        
        
          permercados, elevadores . . . As
        
        
          crianças crescem cercadas pela
        
        
          míd ia , porque v ivemos na so -
        
        
          ciedade da livre iniciativa e da
        
        
          propaganda do consumo. Neste
        
        
          cenário, o melhor caminho não é
        
        
          tutelar e proibir, mas sim educar
        
        
          e promover uma discussão aber-
        
        
          ta com a sociedade brasileira. E
        
        
          foi isso que propusemos com a
        
        
          cr iação do por ta l
        
        
        
          
            todosresponsaveis.com.br
          
        
        
          , que
        
        
          apresenta o depoimento de várias
        
        
          personalidades e também de pes-
        
        
          soas comuns para mostrar que
        
        
          somos todos responsáveis. O ob-
        
        
          jetivo é fazer a sociedade evoluir
        
        
          na ética e na responsabilidade do
        
        
          conteúdo das mensagens para as
        
        
          crianças.
        
        
          
            Gracioso
          
        
        
          –
        
        
          
            E, ao mesmo tempo, edu-
          
        
        
          
            car o público. A educação torna a pes-
          
        
        
          
            soa capaz de discernir e julgar melhor.
          
        
        
          
            Lara
          
        
        
          – Exatamente. Não acredi-
        
        
          tamos na punição pura e simples,
        
        
          nem que o Estado deva tutelar
        
        
          a educação, que começa dentro
        
        
          de casa, na família. Somos todos
        
        
          responsáveis pelo conteúdo que é
        
        
          transmitido para essas crianças.
        
        
          
            Grac i oso
          
        
        
          –
        
        
          
            Como a Abap e os
          
        
        
          
            publicitários mais conscientes en-
          
        
        
          
            caram o fato de termos hoje no
          
        
        
          
            Congresso Nacional mais de 200
          
        
        
          
            projetos de lei que de alguma forma
          
        
        
          
            cerceiam, limitam ou até proíbem a
          
        
        
          
            propaganda?
          
        
        
          
            Lara
          
        
        
          – É normal que em um sis-
        
        
          tema democrático o Congresso
        
        
          Nacional discuta projetos de lei.
        
        
          O que nos cabe, enquanto entida-
        
        
          de, é oferecer a nossa visão ou até
        
        
          estabelecer um contraponto em
        
        
          relação a cada projeto de lei que
        
        
          ali é levado. Após o IV Congresso
        
        
          Brasileiro da Publicidade, reali-
        
        
          
            “PôneisMalditos foi uma grande brincadeira...
          
        
        
          
            A campanha foi julgada e oConar entendeu
          
        
        
          
            que não seria preciso tirar o comercial do ar, até
          
        
        
          
            porque as crianças crescemouvindo histórias
          
        
        
          
            como a da Branca de Neve e os Sete Anões”