Marco_2008 - page 124

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R E V I S T A D A E S P M –
MARÇO
/
ABRIL
DE
2008
As estruturas e
George Smith
s estruturas são modelos mentais.
São idéias ou entendimentos. Não
pertencem ao campo da realidade.
Para alguns, são simplificações que
operamos para tornar o mundo
inteligível. Para os partidários do
estruturalismo, sãoexplicações. São
leituras. Permitem ver a realidade
que está por trás das aparências.
Será assim?
Ahistória da descoberta deGeorge
Smith pode nos ajudar a decidir.
Quando, em uma tarde de novem-
bro de 1872, no segundo andar da
aladoMuseuBritânicoquedápara
a Russell Square, Smith decifrou
o fragmento da décima primeira
tábua da epopéia de Gilgamesh e
surpreendeu-se com os elementos
e com as relações que encontrou.
A inscrição congregava distâncias
imensas, condensava milhares de
anosemumvórticeúniconoespaço
e no tempo. Se fosse verdadeira,
mudaria a história doMundo.
O texto da tábua, oriunda das es-
cavações da Grande Biblioteca de
Assurbanipal, emNínive era claro.
Mas a decifração do sumério não é
simples.Mesmoomais treinadodos
assiriólogos pode seenganar. Smith
recompôs várias vezes o trabalho.
O resultado era sempre o mesmo.
Diantedeledescortinava-seuma to-
talidade estrutural, uma explicação
evidente, mas difícil de acreditar.
Tudo começara a mais de 5.500
anos, na Suméria, quando a epo-
péia de Gilgamesh tinha sido
gravada sobre tábuas de argila.
Os sumérios foram os primeiros
habitantes daMesopotâmia e é na
línguaoriginal delesenaderivação
acadianaque foraescritaaepopéia.
Era uma escritura silábica, grafada
comum estilete feitode cana, que
marcava símbolos em forma de
cunha, ditos cuneiformes.
Utilizado por mais de 3.000 anos,
o cuneiforme sumério é a mais
AS ESTRUTURAS E
T
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Smith decifrou o fragmento da décima
primeira tábuadaepopéiadeGilgamesh
e surpreendeu-se com os elementos e
com as relações que encontrou.
Imagens:TheBritishMuseum
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