Julho_2006 - page 93

"Onde estou se estou em toda
parte?". Com esta pergunta o ur–
banista e filósofo Paul Viri l io inda–
gou-se certa vez sobre os efeitos
da produção veloz e do consumo
voraz de imagens na atualidade.
Para o estudioso francês, um dos
impactos mais flagrantes dessa
dinâmica de visualização ininter–
rupta seria de natureza existencial.
O fato de transformamos tudo e
todos em imagens - em imagens
visíveis e tecnologicamente me–
di adas, diga-se de passagem
- contribuiria para que perdêsse–
mos o pé da realidade tangível ou
mais diretamente aferida através de
nossos sentidos.
A percepção do mundo e a per–
cepção de si mesmo, ambas se
transformaram radicalmente. E isto
ocorre, para lembrar uma reflexão
domesmoVirilio, emgrandemedida
pela multiplicação e pela centrali–
dade que vêm sendo assumidas por
nossas "máquinas de visão", das
tevês às telas dos celulares, dos
aparelhos médicos de diagnóstico
visual às câmeras digitais, do cir–
cuito interno aos satélites voltados
à captura imagética.
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