Julho_2006 - page 57

pós-modernidade. Essas tendências
fazem parte da cultura brasileira, da
sua sociedade, e- cada vez mais - se
espalham um pouco por toda parte.
Creio que é uma grande mudança.
Cresci durante os anos 90. Parafra–
seando o prof. Michel Maffesoli - na
minha opinião-, os anos 90 foram de
uma grande impertinência. A imper–
tinência é tudo que não é pertinente à
realidade: são conceitos, explicações,
teorias que se avançam e que não
estão ligadas à realidade das coisas.
Aqueda domuro de Berlim produziu,
em todoomundo, a impressãodeque
o futuro seria racional; era o fim das
ideologias, o fim das nacionalidades
- uma nova racionalidade de mercado
marcando o fim da história. Seria, tam–
bém, o fimdageografia. Comos novos
meios de comunicação conectando o
mundo inteiro, os lugares seriam todos
amesma coisa, omundo inteiroestaria
incluído e tudo seria perfeitamente
racional. Uma tensão progressiva da
racionalidade iria dominar o futuro,
consubstanciado noVale do Silício..
Contudo, essa retórica da impertinên–
cia-ascendente ao longodos anos90
-acabou se diluindo echegou ao iní-
ciodadécadade2000completamente
desfeita. O acontecimento simbólico
que marca isso é o nine-eleven - 11
de setembrode2001. Ali, acordamos
em um mundo que não mais tinha a
ver com aquela extensão progressiva
da racionalidade. Sempre na minha
opinião: trata-se de um mundo bem
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