Julho_2006 - page 59

para nós. É uma overdose, tanto bom–
bardeiodesinais, queas pessoas ficam
fartas - e decidem: agora é a minha
vez de chamar a atenção, sou eu que
vou entrar em cena.
As novas tecnologias são tecnologias
do narcisismo. Está ao meu alcance
tornar-me um broadcaster. Se algo
acontece naminha vida, uma idéiame
ocorre, em vez de comunicá-la sim–
plesmente a um amigo ou a qualquer
outra pessoa, eu faço um e-mail e en–
vio para todomundo.Todas as pessoas
queconheçoserão informadasdetudo
que faço, de tudo queocorre naminha
vida. Oe-mail éprodutoda tecnologia
de narcisismo, uma impressionante
representaçãodesi mesmo. Todos nós
somossubmergidos, todososdias, por
e-mails que não foram enviados para
nós, mas sim para todo omundo.
Rara fazer cinema, antes, era preciso
uma tecnologiadispendiosaecompli
cada. Hoje todos nós podemos fazer
cinema. Issocomeçaacausar impacto
em todoomundoda informação, não
somente na área dos espetáculos. 0
mundo da informação está mudando
deforma radical. Na televisão, há cada
vezmais imagens provenientes da rua,
ou de uma pessoa, que estava lá, com
seu telefone celular, quando o acon-
tecimento ocorreu, e imediatamente
teve a possibilidade de capturar a sua
imagem. Na Grã-Bretanha existe um
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