Julho_2006 - page 60

Somos
bombardeados
por
tantas informações,
por
tantas imagens e estímulos solicitando
a nossa
atenção, que desejamos ter a atenção voltada para nós.
É
uma overdose, tanto
bombardeio de sinais, que
as
pessoas ficam fartas - e decidem: agora é a minha vez de
chamar
a atenção, sou eu que vou entrar em cena.
programaque sechama I was there [Eu
estava lá]. Elemostra filmes e imagens
de pessoas que foram testemunhas,
que estavam presentes na cena da
ocorrência. A informação torna-se
testemunho, de cada um de nós no
centro das atenções. Não são mais
personalidades - ou grupos de elite
-que produzem as informações, mas
cada um de nós.
Ouvi um filósofo alemão utilizando,
para essa nova situação, um termo
que achomuito interessante (especial–
mente por eu ser de Roma, onde está
o Coliseu): é a volta da arena.
Podemos dizer que, durante 1.500
anos, a arena tinha praticamente de–
saparecido no mundo ocidental. Ela
foi ressurgir no início do século 20,
precisamente em 1907, em Londres,
para os jogos olímpicos: o estádio de
Shepherd's Bush - a primeira arena
da modernidade, para pessoas. A
partir daí, os estádios e as arenas
recomeçaram a povoar o mundo,
como lugares de orgia, de encontro,
comunhão, onde se vibra junto com
todos os outros, seja um jogo de fute–
bol ou um espetáculo de rock. A arena
é o símbolo de tudo isso.
Em latim, o anfiteatro chamava-se
spectacula,
porque essa dimensão
visual era muito marcada. Não se
tratava da racionalidade dos concei-»
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