Julho_2006 - page 66

Ou ainda, o papel da infância. Na
Europa e nos Estados Unidos, não
existem os problemas dramáticos
do Brasil, em relação aos meninos
de rua. Contudo, a condição da
infância como um espaço prote–
gido - que prevalece durante todo
o século 20 (não como na Idade
Média, em que as crianças eram
expostas ao sexo, à violência) -, um
espaço separado para elas, também
acabou. Acabou com o fim da "civi–
lização tipográfica".
Namedida em que o conhecimento
se disseminava através da escrita
-dos livros e da escola-, você podia
proteger a infância. Primeiro, era
necessário que elas aprendessem
a ler, decifrar certos códigos; de–
pois, gradualmente, a gente ia-lhes
revelando a verdade. Essa condição
protegida da infância ocorreu na Eu–
ropa, nos Estados Unidos, e mesmo
no Brasil entre as classes mais privi–
legiadas e existia até outro dia. Mas
isso acabou.
Hoje, com a difusão de imagens pela
internet, nada mais está protegido.
Crianças de 3 e 4 anos são expostas
de imediato a todo tipo de violência,
ao sexo e tudo mais que existe no
mundo. Desafio qualquer pai a con–
seguir limitar um filho na internet. É,
antes, ocontrário-os fiIhos éque nos
poderiam censurar, se quisessem. E
não há meio de parar isso.
Hoje,
com
a difusão de imagens pela in–
ternet, nada mais está protegido. Crianças
de
3
e
4
anos são expostas de imediato a
todo tipo de violência, ao sexo e tudo mais
que existe no mundo.
Assim, portanto, a brasilianização de
que falo no meu livro, em que tento
traçar um paralelo entre coisas que
existem no Brasil, há algum tempo, e
os fenômenos que se globalizam. »
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