Julho_2006 - page 70

O marketing no agronegócio tem
características únicas. O aspecto edu–
cacional é muito forte. Um agrônomo
ou veterinário precisa saber falar em
público. Palestras e seminários são
uma constante nessa atividade. A
assistência técnica é outro aspecto
marcante do marketing nesse setor
- o treinamento operacional, ensi–
nar a fazer, ensinar a usar. Os dias
de campo, geralmente aos sábados,
fazem do marketing rural um mix de
tecnologia com música, gastronomia
emuita conversa.
As feiras e exposições têm sofrido
grandes mudanças nos últimos anos.
Em quase toda cidade brasileira há
uma feiraeexposiçãoagropecuária. Na
décadade 70esseseventoserammais
técnicos, commostra de animais econ–
cursosdeprodutividade. Dadécadade
90emdiante, osorganizadores ficaram
mais preocupados em envolver asocie–
dade urbana do interior. E essas feiras
tomaram uma característica popular.
Sempre com vínculos de promoção
da classe política. Shows de artistas,
barracas de comida e bebida, venda
de artesanato e de produtos industria–
lizados virarammoda.
Na contramão dessa tendência
de popularização das feiras agro–
pecuárias, duas vertentes distintas
apareceram. Por um lado megaeven-
tos espetaculares vendendo um estilo
country de ser, comoA Festa do Peão
Boiadeiro de Barretos. Um negócio
que faz parte de todas as agências
de turismo e que leva turistas de todo
paíseatéestrangeirospara a região. O
Brasil adotou e tropicalizou o cowboy
e passou a fazer sucesso fora das nos–
sas fronteiras com esse espetáculo do
interior moderno.
O Agronegócio tomou a avenida no
Carnaval do Rio e de São Paulo, tra–
zendo para a maior festa brasileira o
desfile da soja e do campo. Isso ocor–
reu no ápice do "boom" agrícola no
iníciodesteséculo.
E, ainda na década de 90, o Brasil
descobria o "agribusiness" (respon–
sável por cerca de R$ 580 bilhões
de receitas na economia brasileira),
visão e gestão da cadeia que vêm
desde o "antes da porteira" das fa–
zendas (insumos e equipamentos),
passando por "dentro da porteira"
(produção rural propriamente dita)
e o "pós-porteira" das fazendas
(processamento, agregação de valor
e distribuição de alimentos, fibras,
energia e rações). Nessa moderna
visão empresarial do negócio rural
a ABAG - Associação Brasileira de
Agribusines -, naquela época, sob
o comando de Ney Bittencourt de
Araújo (seu primeiro presidente e
fundador), criava o Agrishow (hoje
já na sua 14
a
edição), junto com ou–
tras entidades, incluindo a ABIMAQ
-Associação Brasileira da Indústria
de Máquinas -, a ANDA - Associa–
ção Nacional para a Difusão de
Adubos -, e a SRB - Sociedade
Rural Brasileira. OAgrishow tem um
formato diferenciado. É uma feira de
tecnologia, produtos e serviços para
o campo. Um local de encontro das
lideranças de todoopaís, um espaço
formador de opinião e da moda
tecnológica da agricultura brasileira.
Aqui a técnica é premiada e a lide–
rança na busca do high tech e da
visão conjuntural é determinante.
No modelo de "espetáculo" do
Agrishow, o show é da tecnologia, e
tudo funciona em volta das máquinas,
dos insumos modernos, da genética
dos serviços e da mídia voltada aos
líderes do ramo. Os spof
lights
servem
para colocaro tratoreas collheitadeiras
no centro do palco.»
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