Janeiro_2008 - page 42

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R E V I S T A D A E S P M –
JANEIRO
/
FEVEREIRO
DE
2008
Educação para a vida ou
formação para o trabalho?
funcionários.Damesma forma,assisti-
mosàentradanomercadode trabalho
deumgrandenúmerodeengenheirose
administradoresque,vindosdasuniver-
sidades, compõem os departamentos
denominadosdeplanejamentoecon-
troledaprodução,entãorecentemente
criados. Eles geram novas demandas
noquedizrespeitoàadministraçãode
pessoasnasempresas.Oquevemosé,
alémdos investimentos em formação,
o aumentoda qualidade dos serviços
de alimentação, assistência médica,
bemcomocomeçaa seesboçar uma
política de benefícios com vistas à
retençãodosmelhores talentos.
Durante toda a década de 1960
a competição entre as empresas
se intensifica de forma expressiva
em virtude da entrada nomercado
mundial daEuropaedo Japão recu-
perados, fazendocresceraofertade
mercadoriase, comoconseqüência,
reduzindo os preços, e gerando,
ao final da década, uma crise de
lucratividade para as empresas. A
resposta veio sob a forma de mu-
danças expressivas nos processos
produtivos. A grande redução do
nível de supervisão e a sua substi-
tuiçãopor equipesautogerenciadas
nas fábricas, além da busca por
profissionaispolivalentes, se tornam
uma realidadee seampliaaprocura
por profissionais bem preparados
e com bom nível de maturidade
para o trabalho. E as empresas
respondem com maiores investi-
mentos em formação de pessoas;
os departamentos de treinamento
evoluem e passam a ser chamados
dedepartamentosde treinamentoe
desenvolvimento de pessoas.
Vendoo resultadodo trabalhodesses
profissionais e compreendendo a sua
importância no contexto empresarial,
podemos dizer que as universidades
responderam com pessoas dotadas
dos saberes que atenderam, de forma
muitopositiva,aosanseiosdasempre-
sas.Entretanto,apesardaevoluçãodas
formasdetrabalhoedeinúmerosnovos
postos criados na época, os anos ses-
sentasterminamdeformatensanoque
diz respeitoàs relações entrecapital e
trabalho. O aumento da pressão por
resultados, combinadocomodesem-
prego geradopela racionalizaçãodos
processosprodutivos,acarretoutensões
significativas, emespecial nos Estados
UnidosenaEuropa.
Após a crise do petróleo no final dos
anos 1970, e, posteriormente, com a
globalização na década de 1980, a
política econômicaqueprevalece é a
do Consenso deWashington (1989),
representadaporumconjuntodeidéias
conhecidas como neoliberalismo, as
quais preconizavam para os países
uma estabilizaçãodosgastospúblicos
ede reformas estruturais. Essas idéias,
sancionadas pelo Fundo Monetário
Internacional e pelo BancoMundial,
recomendavam ajustes importantes
emtrocadofinanciamentodeobrasde
infra-estruturaedeapoioaos projetos
sociais.Osefeitosdessasexigênciasse
fizeram sentir de forma mais intensa
nos países em desenvolvimento. Mas
as privatizações de empresas estatais
ocorreram em todo o mundo, como
resposta à necessidade de reduzir os
impostos, deixando recursos para in-
vestimentosemprodutividadeemoder-
nização, neles incluídaa formaçãode
trabalhadores.
A busca por produtividade e com-
petitividade prosseguiu nos anos
NoBrasil, a criaçãodo SENAI, em1942, foi uma resposta à necessidade de formaçãode
mão-de-obra,paraatenderàsdemandasdocrescentedesenvolvimento industrial,agravada
pela SegundaGuerraMundial.
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