 
          maio/junhode2012|
        
        
          
            RevistadaESPM
          
        
        
          
            33
          
        
        
          
            “O
          
        
        
          preçoda liberdadeéavigilância
        
        
          constante”, assegurouoPrêmio
        
        
          NobeldaPazDesmondTutu,du-
        
        
          rante visita ao Brasil, no último
        
        
          mêsdemaio. “Épor issoquea indústriadacomunica-
        
        
          ção, em especial a imprensa, deve ter liberdade para
        
        
          cobrir o mercado de forma responsável.”
        
        
          De acordo com o líder sul-africano que ousou
        
        
          erguer a voz contra o regime segregacionista
        
        
          da África do Sul, a liberdade de expressão dos
        
        
          veículos de comunicação é um dos principais
        
        
          indicadores para determinar se um país é demo-
        
        
          crático. “Toda produção intelectual e artística
        
        
          deve ser livre de censura. A propaganda faz
        
        
          parte desse contexto e precisa ter o seu direito
        
        
          garantido”, ressaltou Tutu, durante a cerimô-
        
        
          nia de abertura do V Congresso Brasileiro da
        
        
          Indústria da Comunicação, realizada no dia 28
        
        
          de maio, em São Paulo.
        
        
          Ele, que passou a vida lutando por direitos civis
        
        
          iguais na terra do
        
        
          
            apartheid
          
        
        
          , veio ao Brasil lembrar
        
        
          a todos que “liberdade de expressão e democra-
        
        
          cia” caminham juntas. “A primeira vez que estive
        
        
          aqui foi no início da década de 1970, quando toda
        
        
          a América Latina estava sendo devastada pelas
        
        
          ditaduras de golpes militares. O contraste entre
        
        
          aquela época e agora é de tirar o fôlego. Não poderia
        
        
          ser mais espetacular.”
        
        
          Este foi o tom do discurso feito pelo arcebispo
        
        
          sul-africano, que deu voz e forma ao V Congresso.
        
        
          O evento entrou para a história como o grandema-
        
        
          nifesto de agências, anunciantes e veículos na de-
        
        
          fesa da liberdade de expressão comercial, que está
        
        
          garantida pela Constituição brasileira. “Liberdade
        
        
          de expressão e democracia são irmãs siamesas.
        
        
          Uma não é forte quando a outra for fraca”, informa
        
        
          a carta de conclusão do encontro, promovido pela
        
        
          Associação Brasileira das Agências de Publicidade
        
        
          (Abap). Com o apoio e coordenação do Fórum Per-
        
        
          manente da Indústria da Comunicação (ForCom),
        
        
          a Abap reuniu, de 28 a 30 de maio, cerca de 1,3 mil
        
        
          profissionais, que participaram de 13 comissões
        
        
          temáticas. Durante três dias, eles debateram
        
        
          desde a privacidade que deve ser assegurada pela
        
        
          comunicação
        
        
          
            one to one
          
        
        
          atépropriedade intelectual,
        
        
          legislação e ética na publicidade. “Em comum,
        
        
          todas as comissões apresentaram como pano de
        
        
          fundo a democracia e a liberdade de expressão,
        
        
          que foram o mote principal do evento”, avalia o
        
        
          presidente do ForCom, Dalton Pastore.
        
        
          
            “Todaprodução
          
        
        
          
            intelectual eartísticadeve
          
        
        
          
            ser livredecensura.
          
        
        
          
            Apropaganda fazparte
          
        
        
          
            dessecontextoeprecisa ter
          
        
        
          
            oseudireitogarantido”
          
        
        
          Desmond Tutu,
        
        
          
            arcebispo sul-africano