 
          maio/junhode2012|
        
        
          
            RevistadaESPM
          
        
        
          
            23
          
        
        
          
            p
          
        
        
          retendo abordar neste discurso o tema “Liberdade de expressão
        
        
          e democracia”, a partir de um viés preocupante: “a liberdade de
        
        
          expressão está sofrendo
        
        
          
            bullying
          
        
        
          ”. Antes, porém, vou contextuali-
        
        
          zar nossa atividade em face desse fenômeno atual e perturbador.
        
        
          Num plenário exatamente como este, em abril de 1978, foi aprovado por
        
        
          aclamação o Código de Autorregulamentação Publicitária, documento cuja
        
        
          execução foi confiada ao Conar. Estavam, então, suspensas as liberdades
        
        
          públicas e emvigor oAI 5. Aopinião, aprodução cultural, anotícia e oanúncio
        
        
          estavam submetidos à censura.
        
        
          Uma décadamais tarde, aConstituição de 1988 aboliu a censura e restabe-
        
        
          leceuas liberdadesdepensamento, criação, expressãoe informação. E, ainda,
        
        
          consagrou a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor.
        
        
          É nesse ambiente que opera hoje a indústria da comunicação brasileira,
        
        
          reconhecida internacionalmente pela qualidade do conteúdo editorial e da
        
        
          publicidade que produz.
        
        
          Tanto a informação editorial (notícia) quanto a informação comercial
        
        
          (anúncio) são transmitidas pelos veículos de comunicação, propiciando ao
        
        
          leitor, ouvinte, telespectador ou internauta situar-se no tempo e no espaço,
        
        
          obter dados para identificar opções, estabelecer comparações e, principal-
        
        
          mente, fazer escolhas.
        
        
          Queria, agora, citar a advertência do filósofo John Stuart Mill, sobre a au-
        
        
          tonomia dos indivíduos e o emprego de suas faculdades para fazer escolhas:
        
        
          “Asfaculdadeshumanasdepercepção,julgamento,sentimentodiscriminati-
        
        
          vo,atividadementaleatémesmoapreferênciamoralsósãoexercitadasquando
        
        
          se faz uma escolha. Aquele que só faz alguma coisa porque é o costume não faz
        
        
          escolha alguma. Ele não é capaz de discernir nemde desejar o que émelhor.
        
        
          
            Apropaganda
          
        
        
          
            comercialé
          
        
        
          
            vítimade
          
        
        
          
            
              bullying
            
          
        
        
          
            Após 32 anos e 7.500
          
        
        
          
            casos analisados, o
          
        
        
          
            ConselhoNacional de
          
        
        
          
            Autorregulamentação
          
        
        
          
            Publicitária (Conar) é talvez
          
        
        
          
            omelhor exemplo de que
          
        
        
          
            a autorregulamentação é
          
        
        
          
            melhor do que a proibição
          
        
        
          
            pura e simples do que aquilo
          
        
        
          
            que parece ser inconveniente
          
        
        
          
            ao Estado. Neste artigo,
          
        
        
          
            transcrevemos o discurso
          
        
        
          
            proferido, recentemente,
          
        
        
          
            noVCongresso Brasileiro
          
        
        
          
            de Comunicação, por
          
        
        
          
            Gilberto Leifert, presidente
          
        
        
          
            doConar desde 1998.
          
        
        
          Nota da redação
        
        
          Por Gilberto Leifert
        
        
          fotomontagem com
        
        
          imagens de levente gyori e ostill