 
          maio/junhode2012|
        
        
          
            RevistadaESPM
          
        
        
          
            25
          
        
        
          oConselhodeÉticadoConarjulgoumaisde7.500casos.Em
        
        
          2011, foram366 processos éticos e 215 anúncios sustados.
        
        
          Volto, agora, ao
        
        
          
            bullying
          
        
        
          .
        
        
          É fatoque oBrasil vive plenamente a democracia. Existe
        
        
          liberdade de imprensa. Os cidadãos são livres para fazer
        
        
          escolhas e as empresas para empreender, competir e se
        
        
          comunicar comos consumidores.
        
        
          No entanto, a liberdade de expressão está sofrendo
        
        
          
            bullying
          
        
        
          . Entendo por
        
        
          
            bullying
          
        
        
          os abusos por ilegalidade e
        
        
          anonimato e as hostilidades de cunho ideológico e inspi-
        
        
          ração totalitária. Como exemplo de ilegalidade, aponto
        
        
          as iniciativas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
        
        
          Sanitária) ao tentar impor seriíssimas restrições à veicu-
        
        
          lação de propaganda comercial demedicamentos, bebidas
        
        
          alcoólicas, alimentos e refrigerantes.
        
        
          A própria Advocacia Geral da União emitiu parecer
        
        
          contestando a competência da Anvisa para legislar sobre
        
        
          publicidade por meio de resoluções de diretoria. A agência
        
        
          persistiu na ilegalidade e enfrenta por isso várias ações
        
        
          no Judiciário, cujas decisões têm garantido a liberdade de
        
        
          expressão comercial.
        
        
          
            Bullying
          
        
        
          também é cometido na internet por quem,
        
        
          contrariando a Constituição, se escuda no anonimato. São
        
        
          grupos informais de pressão, ONGs semexistência legal e
        
        
          endereçoseletrônicosfajutoshomiziadosnasredessociais.
        
        
          Nãosão,portanto,pessoasdecarneeossoneminstituições
        
        
          dotadasdepersonalidade jurídicae legitimadasaexercer a
        
        
          liberdade de expressão.
        
        
          Todavia, suas copiosas manifestações, frequentemente
        
        
          contraapublicidade,chegamaserlevadasemconsideração
        
        
          até por autoridades. A quantidade dessas manifestações
        
        
          pode até impressionar, mas não é real.
        
        
          Nesse “octógono” emque se converteu a ágora, os adver-
        
        
          sários da liberdade de expressão clamam por mais e mais
        
        
          regulação, impelindo o Estado a invadir a esfera privada
        
        
          da cidadania.
        
        
          Outro exemplo: o
        
        
          
            bullying
          
        
        
          à publicidade de bebidas
        
        
          alcoólicas não poupou nem a Presidência da República.
        
        
          Em exposição de motivos, decreto presidencial atribuiu a
        
        
          uma entidadede renomedados sobre acidentes de trânsito
        
        
          associados ao álcool que ela jamais pesquisara.
        
        
          Mais um exemplo: a existência dos medicamentos de
        
        
          venda livre pressupõe o direito à automedicação, meio
        
        
          de aliviar sintomas e curar pequenos males. O
        
        
          
            bullying
          
        
        
          à
        
        
          publicidade manipula as estatísticas sobre intoxicação,
        
        
          debitando à conta da automedicação até suicídios consu-
        
        
          mados mediante a ingestão de barbitúricos de tarja preta
        
        
          e de pesticidas como o “chumbinho”, produtos controlados
        
        
          que, por lei, não podemser anunciados.
        
        
          Comete-se
        
        
          
            bullying
          
        
        
          emnomedaproteçãoàsaúde,família
        
        
          e infância.
        
        
          Que o diga a publicidade de alimentos e refrigerantes,
        
        
          brinquedos e outros produtos destinados à criança – um
        
        
          certo movimento espevitado e bem fornido de recursos
        
        
          pretende que as crianças sejam banidas de todos os anún-
        
        
          cios e exerce pressão incisiva sobre o CongressoNacional,
        
        
          ignorando os avanços da autorregulamentação no tocante
        
        
          ao público infantil.
        
        
          iodrakon