 
          maio/junhode2012|
        
        
          
            RevistadaESPM
          
        
        
          
            35
          
        
        
          bição da venda casada de brinquedos e alimentos nas
        
        
          trêsmaiores redesde fast-fooddoBrasil –McDonald’s,
        
        
          Bobs eBurger King.
        
        
          No mês seguinte à apresentação do projeto, em
        
        
          abril de 2009, o deputado Jorge TadeuMudalen tra-
        
        
          tou de ampliar as restrições propostas por Nechar
        
        
          ao sugerir a “proibição de venda casada de produtos
        
        
          alimentícios destinados aopúblico infanto-juvenil,
        
        
          de 0 a 16 anos de idade, não só emredes de fast-food,
        
        
          mas em toda a cadeia de venda – supermercados,
        
        
          mercados e lojas de todoopaís”. Eassimoprojetode
        
        
          lei foi sendo ampliado com novas restrições. Hoje,
        
        
          elepretendeproibir atéa realizaçãodequalquer tipo
        
        
          de promoção no formato “compre e ganhe” para a
        
        
          venda de alimentos e bebidas.
        
        
          Para Gilberto Leifert, presidente do Conselho
        
        
          Nacional de Autorregulamentação Publicitária
        
        
          (Conar), neste caso, admitir a ação do Estado é
        
        
          A autorregulamentação do setor de marketing
        
        
          one to one
        
        
          visa estabelecer regras claras para a atividade. Efraim
        
        
          Kapulski, presidente da Associação Brasileira de Marketing
        
        
          Direto (Abemd), explica que o uso da tecnologia possibilita a
        
        
          personalização de ofertas e mensagens publicitárias. Isso
        
        
          traz inúmeras vantagens, como o aumento da satisfação dos
        
        
          consumidores e a customização, que propiciamummelhor
        
        
          direcionamento da publicidade e maximizam o investimento
        
        
          do anunciante. ”Esse mesmo cenário gera uma preocupação
        
        
          da sociedade, que enxerga nas práticas de marketing direto
        
        
          ummodelo de comunicação capaz de oferecer restrições
        
        
          aos direitos básicos dos consumidores, como a privacidade
        
        
          e a segurança de seus dados.” Assim, o Projeto de lei
        
        
          4.060/2012 foi estruturado combase na transparência
        
        
          e nas boas práticas do segmento. ”Hoje, no nosso setor,
        
        
          todas as regras valem apenas para a iniciativa privada.
        
        
          Seja qual for a regulamentação aprovada, as empresas
        
        
          estatais devempassar a ser regidas pelas mesmas leis do
        
        
          mercado”, assegura Kapulski. ”A ideia é promover a evolução
        
        
          do segmento por meio de mecanismos que possibilitemuma
        
        
          gestão inteligente do negócio.”
        
        
          Para o apresentador Marcelo Tas, que participou ao lado
        
        
          de Kapulski da comissão ”Comunicação
        
        
          one to one
        
        
          ” do V
        
        
          Congresso Brasileiro da Indústria da Comunicação, antes
        
        
          de proibir, é necessário entender o papel da internet e
        
        
          das redes sociais, que trouxerammais transparência
        
        
          à sociedade. ”Essa transparência tem suas virtudes
        
        
          e também seus efeitos colaterais, pois acaba com a
        
        
          privacidade das pessoas. A comunicação está sendo
        
        
          alterada de maneira significativa. Em função disso, o
        
        
          marketing direto precisa ser repensado.”
        
        
          Foi acompanhando as histórias e comentários postados
        
        
          por seu público no Twitter e no Facebook que Tas
        
        
          descobriu o real posicionamento do CQC no Brasil. ”Aqui
        
        
          ele é considerado o programa da família brasileira,
        
        
          enquanto nos outros países é visto mais pelo público
        
        
          jovem.” Navegando pelas redes sociais, ele também
        
        
          reuniu uma quantidade enorme de material sobre os
        
        
          telespectadores que acaba até servindo de pauta para
        
        
          o programa. ”Comunicação não é o que a gente fala,
        
        
          mas o que os outros escutam. E as redes sociais são
        
        
          verdadeiros orelhões, que nos permitem ouvir o mercado
        
        
          e aferir diariamente o resultado do nosso trabalho.”
        
        
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