Janeiro_2008 - page 29

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JANEIRO
/
FEVEREIRO
DE
2008 – R E V I S T A D A E S P M
Francisco
Gracioso
3. INOVAÇÃOEMUDANÇAS:
PREFIRAASEMPRESAS
ONDEELASBROTAMDE
DENTRODAORGANIZAÇÃO
Espíritocriativoeaberturaàsmudanças
são requisitos essenciais exigidos dos
candidatos,emqualquerprogramade
seleção de
trainees.
São qualidades
realmente importantes,masocurioso
équemuitas empresasqueprocuram
essas características em seus
trainees
não as valorizam em sua política de
gestão. Estudos feitosemváriospaíses
já mostraram que as empresas mais
inovadoras têm estruturas abertas às
mudanças e políticas específicas de
estímulo à criatividade. Elas aceitam
o risco, como fator inerente aonegó-
cio, edispõem-seapagaropreçodos
fracassos que sempre ocorrem nos
processos de inovação e mudanças.
Por tudo isso, inovarcustacaroesóse
justificaquandoainovaçãoprovocaas
mudançasesperadasemnossaposição
nomercado.A inovaçãocomeçapela
identificação de um problema ou
oportunidade e se concretiza com a
implementaçãodeuma soluçãomais
econômicaoueficiente.Nasempresas
abertas à inovação, as novas idéias
fluemcontinuamente, dabaseparao
topodapirâmide.Geralmente, trata-se
de soluções simples que aproveitam
recursos já existentes na empresa e
dispensam grandes investimentos.
Como exemplo podemos citar a
históriadeumageringonça inventada
por Thomas Edson que aproveitava
o vai-e-vem do portão de seu jardim
para acionar a bomba do poço. Nas
empresasmaiscompetitivas,inovações
desse tipo ocorrem continuamente e
aumentam a produtividade em cerca
de 3 a 4% ao ano. Empresas como
Perdigão,SadiaeNestlé,porexemplo,
obtiveram economias significativas
nos últimos anos reduzindo progres-
sivamenteopesode suasembalagens
plásticas.Mashátambémasinovações
mais substanciais, com a introdução
de novas tecnologias que mudam a
relaçãode forçasnomercado.Assim,
aBraskemacabadeanunciaro lança-
mento de uma nova resina plástica
biodegradável que dará vantagens
competitivas importantes a quemuti-
lizá-lasemprimeiro lugar.
Quandoaempresa temumaestrutura
conservadora, fechada às inovações,
a necessidade de mudanças acaba
se impondo e pode causar choques
traumáticos.Assim,oatualpresidente
daNestlé, Ivan Zurita, passou os pri-
meirosanosdasuagestãointroduzindo
mudanças comobjetivode recuperar
o crescimento e a lucratividade da
empresa. Ele cortou custos, mudou
o
mix
de produtos, introduziu uma
novapolíticade relacionamentocom
o varejo e adotou novas estratégias
de marketing. Deu resultado, mas o
preço pago foi alto. No processo de
mudanças, Zurita teve de mudar to-
dos os seus diretores, alémdemuitos
executivosdenível gerencial.
Infelizmente, casos como esses são
bastantecomunse resultam, àsvezes,
em “lay-office” de departamentos in-
teiros.HácercadecincoanosaCoca-
Colamudou a suapolítciademarke-
tingedespediudeumasóvezcentenas
depessoasem todooBrasil.
Nãodiscutimos oméritodessasmedi-
das,masénossodeveralertaraosjovens
“trainees”paraessaseventualidades.Se
puderem,prefiramsempreasempresas
ondeasinovaçõesemudançasocorrem
continuamente, pois isso reduzo risco
dasmudanças traumáticas.
É nosso dever alertar os jovens “trainees” para essas eventualidades. Se puderem,
prefiram sempreas empresasondeas inovações emudançasocorrem.
FRANCISCOGRACIOSO
ConselheiroAssociado da ESPM
ES
PM
Foto: Scott Snyder
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