Janeiro_2008 - page 27

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JANEIRO
/
FEVEREIRO
DE
2008 – R E V I S T A D A E S P M
Francisco
Gracioso
ASEGUIRFALAREMOS,
SEPARADAMENTE, SOBRE
ESTASTRÊSCONDIÇÕES.
1. UNIDADENADIVERSIDADE
Participei certa vez de uma força-
tarefa organizada por uma con-
sultoria internacional para tentar
salvar uma empresa americana de
alta tecnologia.Essaempresa foipio-
neira na introdução dos primeiros
sistemas de automação industrial,
nos anos cinqüenta, mas perdeu
o ímpeto inicial e acabou sendo
superada pelos concorrentes. A
capacidade inovadora que havia
demonstradonosprimeiros anosde
vida simplesmentedesapareceu.Os
executivos principais ainda acredi-
tavamque eram imbatíveis,mas na
verdade aplicavam velhas fórmulas
para enfrentar os novos problemas.
Nosso estudo mostrou qual era a
razão da decadência. A empresa
aindaeradirigidapeloseu fundador,
ex-engenheiro de comunicação do
exércitoamericano. Eleeraumpro-
tótipoperfeitodoWASPamericano:
branco, anglo-saxão e protestante.
LutounaguerradaCoréia,deubaixa
ao regressar e abriu o seu próprio
negócio, graças ao seu espírito in-
ventivo.Tudocorreubemenquanto
a inovação dependia dele, mas a
firma cresceu rapidamente e ele
começou a recrutar seus auxiliares
imediatosentreveteranosdeguerra,
parecidos com ele, na formação,
valoresepersonalidade. Era impres-
sionante a unidade de pensamento
naquela empresa. Os colegas de
gerência liam os pensamentos uns
dos outros e concordavam auto-
maticamentecomeles.Oambiente
de trabalho era muito agradável,
mais parecia um
country-club
,mas
as novas idéias deixaram de surgir.
Todos achavam que as coisas já
estavambem e que não era preciso
mudá-las, mas enquanto isso os
competidores começaram a vencer
as concorrênciasdos clientes, apre-
sentandomelhorqualidadeepreços
mais baixos.
A empresa não encontrou em si
própria a energia para reagir e
acabou sendo vendida. Mas, a
lição ficou. De fato, é muito mais
agradável trabalhar com gente que
pensa como nós, cujo comporta-
mento acabamos prevendo. Mas,
como já dizia Nelson Rodrigues,
a unanimidade é sempre burra. Se
quisermos manter a energia vital
da empresa, é preciso aceitar as
diferençasdeopiniõeseatitudes.Da
mesma forma que o Criador fez os
homensdesiguais,paraque secom-
pletemmutuamente, nossa equipe
deve ter a mesma diversidade que
1. AOBTENÇÃODAUNIDADENADIVERSIDADE
2. OFERECERAONOSSOPESSOALUMACAUSA
DIGNADESERESPOSADA
3. ESTRUTURASECULTURAORGANIZACIONAL
QUE FACILITEMO FLUXODAS INOVAÇÕESNOSEIO
DAPRÓPRIAORGANIZAÇÃO
Cabeàempresa,peloexemplode seusgestores,
provar queGalbraithnãoestavacerto.
Foto:AndreyVolodov
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