Janeiro_2008 - page 28

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R E V I S T A D A E S P M –
JANEIRO
/
FEVEREIRO
DE
2008
se encontra na natureza. Só assim
evitaremos aunanimidade, acom-
placência e o tédio. Como dizia
Shopenhauer, o homem só tem
duas escolhas: a dor ou o tédio e,
desses dois caminhos, o primeiro
é omais prolífico.
Cabe ao executivo principal,
como maestro da orquestra, a
responsabilidadedeunir eharmo-
nizar personalidades, interesses
e temperamentos diferentes, da
mesma forma que ocorre numa
peça sinfônica. É difícil, mas não
impossível, se integrarmos todos
eles em tornodasmesmas crenças
e valores. A isto chamamos de
formaçãoedisseminaçãodenossa
culturaorganizacional.Damesma
forma que o pontífice romano, o
CEO da empresa deve considerar
a si próprio como o principal
guardião dessa cultura.
2. UMACAUSADIGNA
DESERESPOSADA
As empresas de vanguarda subs-
tituíram, hámuito tempo, o pater-
nalismo pelo pragmatismo, como
filosofiadegestão. Poucoapouco,
forçadas pela concorrência acir-
radaprovocadapelaglobalização,
as empresas deixaram de conside-
rar-se responsáveis pelo bem-estar
presente e futuro dos seus empre-
gados. Muitas delas deixam hoje,
muitoclaro, nas relações com seus
funcionários, que eles não devem
considerar-se ligados ao emprego
por laços duradouros. Em troca,
oferecem, aos executivos, mais
dinheiro e mais oportunidades de
sucesso. No entanto, sendo a na-
tureza humana aquiloque é, essas
duas coisas apenas não bastam. A
partir de um certo ponto, as pes-
soas precisam ter um espírito de
missão para manter-se motivadas.
Querem vestir a camisa da em-
presa, mas, para isso, precisam de
uma causa que vá além do salário
e da realização puramente profis-
sional. Nas empresas líderes, essa
causa é encontrada nos sonhos
para o futuro e no papel social
queaempresa sepropõeexercer.O
CEOéo responsávelmaiorporesses
sonhosecabe-lhe reparti-loscomos
seus pares. Para ele, o tempo corre
mais depressa e ele envelhecemais
rápido, pois os seus pensamentos
estão sempre à frente do calen-
dário. Para as pessoas comuns, é
opresentequedeterminao futuro,
mas para o líder é o futuro que
determina o presente.
ComodiziaShopenhauer,ohomem
só tem duas escolhas: a dor ou o
tédio e, desses dois caminhos, o
primeiro é omais prolífico.
Em contrapartida, notaremos que nós tam-
bém manipulamos de diversas formas o
destino profissional de nossos subordinados
mais jovens, emmomentos de inflexão em
suas carreiras.
Conselho às
empresas
Foto: GeorgiosM.W.
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