Janeiro_2007 - page 98

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valores, enfim, quenorteiampessoas
e, por extensão, instituições. Hoje e
cadavezmais, tornam-se inaceitáveis
determinados comportamentos e
atitudesquevenhamaprejudicarpes-
soas, omeio ambiente eobem-estar
geral. E a perspectiva espiritual vem
nos lembrar quedevemos viver uma
existênciadignae justa,de tratarmos
as pessoas como gostaríamos de ser
tratados,denãoexplorarmos,denão
roubarmos, de não enganarmos e
nem desrespeitarmos nossos semel-
hantes porque, conscientemente,
não gostamos de ser explorados, de
sermos roubados, de sermos enga-
nados oude sermos desrespeitados.
Tais escolhas indicam, obviamente,
oquanto se é espiritualizado, sejam
pessoas ouorganizações.
Desonestidade,mesquinhez, avare-
za, indiferença em relação à dor
do próximo, impiedade, falta de
compaixão e ética são caracterís-
ticas – encontradas em profusão
em nosso planeta ainda – de atra-
so moral. Como contraponto, a
questão espiritual vem, pelo que
pudemosapurar, ajudar adespertar
nas criaturas humanas o que elas
têmdemelhor, àsvezesdormitando
em algum lugar da consciência,
esperandoparadesabrochar.Nodia-
a-diaaderiràespiritualidadesignifica
fazer sempre o melhor ao nosso
alcance, depraticarmos a bondade
sem limites, de levarmos para o LT
–ouqualqueroutro lugar –boasvi-
brações e sentimentos, a bondade,
aharmoniaenossas capacidades e
talentos visando ao bem-estar e ao
progresso coletivo.
Para as empresas, por outro lado,
introjetar os conceitos espirituais en-
volvedaroportunidadesàs lideranças
que, por meio de ações e palavras,
também se sintonizem com tais
ideais. Potencialmente, tal atitude
pode implicar no sacrifício imediato
de lucros maiores, mas certamente
se ganhará em respeito, admiração
e na performance de longo prazo. A
EAT também envolve maior respeito
àdiversidade, às opções de cadaum
eaodireitoqueo trabalhador temde
serinformadosobreaestratégia,perfor-
manceemetasdaempresa.Emoutras
palavras, incentiva-se a participação
e realização de todo o potencial hu-
mano.Do ladoestratégico, conforme
averiguamosnaspáginasanteriores,a
EAT empurra as organizações para o
cultivodevaloreséticosmoraisepráti-
casde responsabilidade social.
Diante do exposto, a nossa in-
vestigação aponta para o fato de
estarmos vivendo o início de uma
transformação silenciosa marcada
pelo paradigma da espiritualidade
(queiramadotar essenomeounão).
Ademais, o modelo tradicional de
progresso que prevaleceu até hoje
não conseguiu e não está conse-
guindo compatibilizar adequada-
mente as demandas e expectativas
de todos os segmentos. A nossa
investigação revelou também que
a concepção espiritual temmuito
a oferecer de positivo às organiza-
ções e às pessoas –muito além do
fad-management
. Afinal, já há um
considerável número de evidências
empíricasque,por suavez, sinalizam
que a EAT cria uma nova cultura or-
ganizacional na qual os empregados
se sentemmais felizes e desempe-
nhammelhor (Garcia-Zamor, 2003).
Ou seja, trata-se, aoque tudo indica,
de um enorme salto qualitativo ou
de uma quebra de paradigma numa
direçãonunca antes cogitada.
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Espiritualidade
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