Janeiro_2007 - page 51

Francisco
Gomes deMatos
71
JANEIRO
/
FEVEREIRO
DE
2007 – R E V I S T A D A E S P M
EMPRESACOMALMA
PODE SERDEFINIDA:
COMOAQUELAQUE
BUSCARESULTADOSPELA
VALORIZAÇÃOHUMANA,
EXPLICITADAPORMEIO
DACOMPETÊNCIAEDA
ESPIRITUALIDADE.
Ser competente é essencial, pois a
incompetência – como matriz de
injustiçasocial–acabapordesmora-
lizar a féegerar aaridezdoespírito.
Ser competente é desafiode vida.
Uma empresa competente é a
que tem consciência de sua alma,
expressa pelos valores existenciais
que compõem sua identidade
cultural. Essa força que a sustenta
como uma organização de quali-
dade, pormeioda qual projeta sua
imagem pública.
Nãobastaobomproduto,numavisão
de mercado, nem bons serviços, na
visãodocliente.Évitalqueaempresa
sejaboa.Nesse sentido, empresa são
seres humanos integrados por uma
missão comum. São princípios de
açãoconsensuais–quedenominamos
Verdades Comuns – que integram e
marcam a identidade empresarial.
Daí resulta o conceito de perpetui-
dade empresarial: nenhuma empresa
nasce para morrer. Nessa diretriz, a
valorizaçãohumanaganharelevância
estratégica.
Ohomemfinitoperpetua-sepor suas
obras. Esse é o grande segredo da
transcendência humana. O homem
não é matéria com espírito. É um
ser espiritual que se realiza através
de uma realidade corporal. Por-
tanto, a espiritualidade não é algo
estranho; é a própria razão de ser
do homem e, portanto, das organi-
zações. Identificamos no homem
e nas organizações uma divisão
ideológica freqüente, entre o que
denominamos razões do corpo e
razões do espírito.
No modelo capitalista, mesmo
num neoliberalismo melhorado, o
econômico e o social tendem a ser
dois
departamentos conflitantes
,
composicionamentos distintos, em
semelhança às distâncias entre a
razão e a emoção.
Ameta capitalista míope é ganhar
dinheiro, mais dinheiro, muito
dinheiro,eo riscoéperderdinheiro,
mais dinheiro, muito dinheiro.
Igualzinho a um cassino. Exemplo
eloqüente são as bolsas de valores
e seus
efeitos-dominó
. Nessa ótica,
omodelo justifica-senacompetitivi-
dademáximaenamáximaconcen-
tração de rendas.
Excluir é, assim, conseqüência lógi-
ca, traduzidaemviolentaçõesao ser
humano,atravésdas reengenhariase
dos
downsizing
, de todo o tipo.
A única coisa que assusta os po-
derosos, sem alma, é a ameaça à
segurança pessoal. O custo da pro-
teção torna-secrescentementemaior.
Talvezporaí,paradoxalmente, surja
aesperançadequealgopositivopos-
saser implementado,pela
pedagogia
F
Pela dimensão corporal, a
ênfase é em ganhos, com-
petição, poder, acúmulo de
riquezas, exclusão, numa
ordem imanente, sem a
transcendência que valida
a ação e os resultados.
do
sus t o
.
A ameaça provoca
mudanças de comportamento
social.Mas essas sóocorrerãoefetiva
e positivamente por transformações
nas concepções e nas atitudes, pelo
resgate de valores e pela visão trans-
cendente. Semoque, serãomedidas
episódicas,poissuperficiais,maispor
medoqueporconvicção.Geralmente,
não se constituem em filosofia de
empresa, e simempolíticasquecon-
templammais omarketing do que a
valorizaçãohumana.
Nadimensãoespiritual,asmotivações
transcendem a materialidade, sem
excluí-la. Há a preocupação por
construir pelo esforço solidário, que
caracteriza o autêntico trabalho em
equipe.
Esseespíritoestápresenteaose iniciar
umempreendimento.
No iníciodeumaempresahásempre
achamadeum ideal,quese reforçae
sedesenvolve em ações conscientes,
que se traduzemnoprojetocoletivo.
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