Janeiro_2007 - page 49

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R E V I S T A D A E S P M –
JANEIRO
/
FEVEREIRO
DE
2007
Entrevista
JR
– Issomepareceextremamodéstia;
você é um formador de opinião.
IVESGANDRA
–Faço issoporqueeu
entendo que, apesar de todas as mi-
nhas limitações,eu tenhouma respon-
sabilidadeem relaçãoàsociedadeem
queeuvivo.Afinal, tiveumpaiqueme
permitiuqueestudasse,medeuapoio;
e outros que trabalham comigo, que
poderiam sermuitomelhores doque
eu, não tiveram. De alguma forma,
você tem de dar para a sociedade
algo em troca, e uma forma de dar é
transmitirosseusvalores.Podeseraté
queestejamerradosmas,pelomenos,
háconvicção. Enão sódentrodoam-
biente emque você vive.JoãoCarlos,
por exemplo, meu irmão, que você
conhece – está desenvolvendo, com
meninos–, umprojetodemúsica. Ele
estácomduas orquestras demeninos
– inclusivedaFebem–queestá trans-
formando personalidades. Quando
morremos, não levamos nadadoque
fizemos.ContamqueoCardealRiche-
lieu, nofimdavida, jávelho, passava
pelosseussalões,aquelasalfaias,pas-
savaamãoedizia “seeupudesse, se
eupudesse levar tudo isso...”Nãovai
poder, é bobagem. Quando eu falo,
“eu souopiorexemplo”, temgente lá
noCentrodeExtensãodosprofessores
do ISE que são administradores, por
exemplo,oPauloFerreira,queénosso
diretor e ele foi vice-presidente da
Dal Internacional,morounosEstados
Unidosdurantesete,oitoanos. Gosto
de repetir: “Frei Exemplo é omelhor
pregador, não adianta só falar”. Se o
cidadãovêquevocênãoestávivendo
aquilo, suapalavranãovaleabsoluta-
mente nada. Acho que religiosidade
ébomohomem ter;mesmoos ateus
agnósticos acreditam em valores
que podem não
ser Deus, mas
precisam de um valor. O homem
tem necessidade disso. A ética
e amoral – seja na visão grega,
na visão romana, na visãomais
superlativa,mais pragmática ela
não é conflitante, mas é uma
conseqüência natural da religi-
osidade. E que você pode optar,
evidentemente, adaptando-se
às realidades, mas isso serve de
um balizamento para não levar a
aventuras. Isso pode representar
uma evolução menos rápida,
mas sempre mais segura. Con-
sidero isso como uma fórmula:
religiosidade, ética e aplicação
pragmática.
“OSÉCULOXIX FOI AERADECAPITALISMO
MAISSELVAGEMQUE JÁHOUVENOMUNDO.”
ESPM
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