Revista ESPM Mai-Jun 2012 - NEM BABÁ, NEM BIG BROTHER a eterna luta do indivíduo contra o Estado - page 82

responsabilidade social
Revista da ESPM
|maio/junhode 2012
82
emparticular, e à sociedade em
geral – que usassem o cinto
de segurança ao dirigir.
Como a preocupação
do marketing social
se refere a uma mu-
dança de compor-
tamento visando
à geração de bem-
estar na socieda-
de, no exemplo
apresentado ha-
veria justificativa
para a intervenção
estatal – ainda que
muitos não concor-
dem com isso. O ato
seria uma forma de evi-
tar prejuízos a diversos
indivíduos ao impedir um
mau procedimento de um deles.
Em suma, com o Estado ditando um
procedimento aosmembros da socie-
dade, esta se beneficiaria, no longo
prazo, das ações adotadas graças à
obrigação de que se aja de maneira
adequada à geração de bem-estar
aos membros daquela comunidade.
O mesmo pode ser dito da conhecida
campanha “Se dirigir, não beba”,
que pode parecer uma intromissão
na atuação individual daqueles que
teriam a suposta liberdade de optar
por beber e conduzir seu próprio
veículo oumesmo umamanifestação
do Estado como regulador da vida
dos indivíduos. Mas tem foco no
bem-estar da sociedade. Esse seria
proporcionado pelo cumprimento de
normas de boa conduta, respeitandoo
direito daqueles que ficariamàmercê
de motoristas bêbados – e, portanto,
comseus reflexos comprometidos – de
teremsegurançanas ruasdas cidades.
Contudo, deve-se ressaltar
que o Estado tambémpode
apenas aparentar agir
em nome da socieda-
de que representa
quando na verda-
de está buscando
algo embenefício
próprio. Políti-
cos desonestos
constantemente
se utilizam de
discursos, nos
qu a i s e x põem
s u a s v on t a d e s
como a vontade “do
povo” a fim de justifi-
car ações perniciosas
que tenham cometido
justamente em prejuízo da-
quela sociedade que deveriam
representar. Nesse caso, oEstado, por
meio de seus componentes, parece
agir de forma tendenciosa e oposta ao
que exige o marketing social. Nessa
conjuntura, não se observa bem-estar
social, mas o uso do aparelho estatal
como ferramenta para prejudicar
justamente aquela sociedade que
deveria sentir conforto e um estado
de espírito positivo.
Kotler e Lee (em
Corporate social
responsibility
), assim como José An-
tonio Puppim de Oliveira – autor
de
Empresas na sociedade
(Editora
Campus, 2008) –, explicamas práticas
socialmente responsáveis das empre-
sas. Para eles, o apoio a causas sociais
e ações socioambientais amplificam
a prosperidade da comunidade e
favorecem o meio ambiente, sendo
calcados emcomportamentosmorais
e éticos, e não apenas naqueles exigi-
dos por leis ou normas estabelecidas
ComoEstadoditando
umprocedimentoaos
membrosdasociedade,
estasebeneficiaria,no
longoprazo,dasações
adotadasgraçasà
obrigaçãodequeseaja
demaneiraadequadaà
geraçãodebem-estar
aosmembrosdaquela
comunidade.Contudo,
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Estadotambémpode
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