Setembro_2007 - page 96

Frederico
Turolla
eMarcos
Amatucci
103
SETEMBRO
/
OUTUBRO
DE
2007 – R E V I S T A D A E S P M
e a delegação mais explícita de
poder decisório contribuíram para
que a grande empresa se tornasse
menos uma burocracia e mais um
empreendimento”. Note-se que o
Grupo JBS tambémdiversificou sua
estratégiaantesmesmodaexpansão
internacional, criando linhas de
produtosparabelezae limpezacom
asmarcasAlbany eMinuano.
A companhia esteve debilitada e
suas dificuldades foram agravadas
poralgunseventos.Nofimde2003,
foi reportadooprimeirocasodomal
da vaca louca nos EUA. Em 2006,
a companhia sofreu uma fiscaliza-
ção pelo trabalho de imigrantes,
que custou cerca de 50milhões de
dólares em recrutamento e treina-
mento de novos trabalhadores.
ACARNE BRASILEIRA
EA ESCOLADEUPPSALA
Como em vários outros setores,
durante a década de noventa a
liberalização do comércio e a
apreciação cambial pós-Plano
Real puseram as companhias do
setor sob fortepressãocompetitiva.
Muitasmorreramnocaminho,mas
as que foram capazes de sobre-
viver terminaramos anos noventas
com musculatura suficiente para
enfrentar a competição global
tanto em casa quanto no campo
do adversário. Em 1999, estavam
claros os imensos ganhos emcom-
petitividadedos sobreviventes, que
ali iniciaram passos em direção à
internacionalização, quecomeçou
lentamente através de incremento
das exportações e hoje já se con-
solida em grandes operações de
investimento direto no exterior.
Neste sentido, o caso Friboi nãopode
ser tomado isoladamente, já que vem
nocontextodeumaondadeempresas
submetidas a fortes estímulos pró-efi-
ciência e que iniciampassos graduais
em direção à internacionalização.
Note-se que esta visão se apóia no
conhecidomodelo de internacionali-
zaçãodeUppsalaqueestabeleceuna
literaturaopadrão“normal”deinterna-
cionalizaçãodeempresas,contraoqual
oscasos reais sãohojecotejados.
Johanson, daUniversityofUppsala,
e Vahlne, da Stockolm School of
Economics, desenharam em 1977
ummodelode internacionalização
gradual de empresas, baseados na
literaturaeemdoisestudosdecaso.
Não obstante o pequeno tamanho
do artigo, o modelo “de Uppsala”
tornou-se referência na literatura
de gestão internacional, e colocou
Uppsalanomapa.A idéiabásicado
modeloem si é simples, e temduas
proposições fundamentais.
Primeiro, que as empresas interna-
cionalizar-se-ão gradualmente em
pequenos passos, preferivelmentea
realizar grandes inversões logo nas
primeirasexperiências.Tipicamente,
a empresa exportará para opaís es-
trangeiro através de um agente, de-
pois estabelecendouma subsidiária
de vendas, e, eventualmente e em
alguns casos, iniciará a produção
nopaís hospedeiro.
Asegundaproposição,queosautores
apresentam de maneira bem sub-
sidiária, é a de que existe evidência
de relaçãoentreaordemcronológica
da internacionalização e a distância
psíquica entre o país de origem e o
país hospedeiro; distância psíquica
definidacomoasomados fatoresque
impedemofluxode informaçõesdee
Johanson, daUniversity of Uppsala, eVahlne, da Stockolm
School of Economics, desenharam em 1977ummodelo de
internacionalização gradual de empresas, baseados na
literatura e em dois estudos de caso.
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