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SETEMBRO
/
OUTUBRO
DE
2007 – R E V I S T A D A E S P M
Mário
Marconini
áreamacroeconômica. Novas frentes,
noentanto,emespecialemáreasmicro-
econômicas dependentes do entorno
regulatório, não avançaram, tendo até
mesmoretrocedidoemalgunscasos.A
lentidãoem tomardecisões,asituação
regulatória ainda confusa em setores
quecarecemde investimento–sejaele
nacional ou estrangeiro – e a falta de
reformas cruciais nas áreas tributária,
trabalhista e previdenciária poderão
aindaenterrar aspretensõesbrasileiras
depenetrarmercadosinternacionaisde
forma sustentável. É temeroso imagi-
nar o que seria da situação brasileira,
apesar dos progressos eevoluções, na
ausênciadaenormedemandachinesa
por produtos primários, de seu efeito
em preços mundiais, do crescimento
econômico consistente dos países
desenvolvidos e da atual liquidez nos
mercadosfinanceiros internacionais.
Evidência empírica demonstra que
a abertura de mercado brasileira nos
anos90 foiaprincipalcausapor trásdo
impressionante crescimento em níveis
deprodutividadenaeconomia–abase
da competitividade atual numnúmero
importante de setores. O crescimento
dosníveisdeprodutividadenoperíodo
pós-liberalização (1997-2000)noBrasil
foiquase tãoaltoquantoosdaCoréiae
Taiwanduranteosperíodospós-liberali-
zaçãocorrespondentes.Ocontrastecom
operíodoimediatamenteanterioràlibe-
ralização foiefetivamentemuitogrande
-0,35%vs.2,7% (Moreira,2004).
Emnível da empresa, a evidência em-
píricatambémcorroboraapercepçãode
queos setores associados aocomércio
exterior foram os maiores vencedores
em termos de produtividade. Setores
comercializáveisnaindústriaregistraram
um crescimento de produtividade de
quase 4%. Setores industriais comer-
cializáveis no Mercosul também
tiveramganhos significativos demais
de3%,assimcomoexportadorespara
oMercosul.Alternativamente, setores
industriais não-exportadores e não
comercializáveis tiveram as menores
taxasdecrescimentodeprodutividade
– ummero 1,5%. Esses resultados
confirmam,assim,ocírculovirtuosode
fluxos comerciais paraoBrasil: setores
quesãoabertosaocomércio,aumentam
seusníveisdeprodutividade;“armados”
comganhosmaioresdeprodutividade,
esses setores se tornammais com-
petitivos e assim se posicionammuito
melhorparacompetir,tantonomercado
nacionalcomono internacional.
Insumos importadosmaisbaratoscons-
tituem um elemento crucial no jogo
da produtividade e competitividade.
Economistas enfatizam a importância
doefeitode insumos,máquinaseequi-
pamentos (bens de capital) importados
mais baratos nos níveis deprodução e
produtividade nacionais. Commaior
abertura demercado, opreçode bens
de capital tende a diminuir e assim se
tornar mais acessível para produtores
locaisque,então,produzemporsuavez
commenorescustosemaiorqualidade
(DeNegri,2006).NoBrasil,preçosmais
baixos de bens de capital resultaram
da abertura da economia – como
demonstraográficonapáginaseguin-
te. O gráfico tambémmostra uma
quedaconsistenteempreçosdesdeo
começodadécadaaté1998.
A contribuição de preços declinantes
de bens de capital para a economia
ocorre via o chamado “preço relativo
do investimento” – do qual eles são
ingredientes essenciais. Seria razoável
suporque,compreçosdebensdecapital
declinantes,aeconomiabrasileirase in-
clinariaacresceraumritmomaisrápido
doqueoque tem sidoocasodesdea
abertura domercado nos meados dos
anos90.Ospreçosdebensdecapitale
GANHOSDE PRODUTIVIDADE
E LIBERALIZAÇÃO
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
Fonte:Moreira,MaurícioMesquita, 2004
Coréia
(90-98)
Taiwan
(81-91)
Brasil
(86-98)
México
(86-90)
México
(93-00)
Brasil
(97-00)
3,1
0,35
2,7
1,8
1,2
3,2
Ð