Setembro_2007 - page 107

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R E V I S T A D A E S P M –
SETEMBRO
/
OUTUBRO
DE
2007
que não seguiu a queda nos preços
de bens de capital. Isto, no entanto,
nãoexaureas razõesparaa lentidão
do crescimentonoBrasil.
Apesar da posição altamente favorável
do ponto de vistamacroeconômico na
primeirametade de 2007, a história re-
cente dopaís tem sidobastante caótica,
comumcâmbioexcessivamentealtoaté
1999erazoavelmentevolátildesdeentão.
Atualmente,oReal temalcançadonovos
patamares, num reflexo de tendências
globaisassimcomodecertascaracterísticas
daeconomiabrasileira–taiscomoasaltas
taxas de juros, asmais altas domundo.
Deficiências institucionais ao lado de
ambigüidadesregulatóriasexplicammuito
dobaixoníveldecrescimento.O regime
para investimento em infra-estrutura, por
exemplo,estásóemmeadosdosegundo
semestrede2007sedefinindo.Ogoverno
Lulalevouseuprimeiromandatointeiro
e já parte do segundo para lograr um
nível mínimo de clareza em relação
às Parcerias Público-Privadas (PPPs).O
boom em infra-estrutura que se espera
aindaestáporvir,enquantoasquestões
sedefinememBrasília.
Estudos recentes focados na questão
de competitividade e da facilidade de
se fazer negócios nopaís (“
doingbusi-
ness
”), elaborados respectivamente
pelo
World Economic Forum
e pelo
BancoMundial, demonstram como o
país persiste na burocracia excessiva,
numa educação deficiente, e na falta
dedefiniçõesdoquadroregulatório.As-
sim, emquestõescomoa facilidadede
seabrirumnegócio,oBrasiléde longe
opior entre os BRICs (e os BRICSAMs
– ou seja, os BRICs mais a África do
Sul eoMéxico), tantoemnúmerode
procedimentos como em número de
dias exigidos para a incorporação e
registrodeumanovaempresa.
OBrasiléocampeãoemcargatributária
nomundo emdesenvolvimento: perto
de 40% do PIB, um nível quase com-
parávelaodaSuécia,porémnaausência
deum regimesocialeeconômico tam-
bémcomparávelàquelepaís.Areforma
tributáriaconstituiumempreendimento
político que requer não apenas a de-
terminação da administração federal
mas tambémumconsenso–atéagora
impossível –entreos EstadosdaUnião
quecontribueme sebeneficiamdo re-
gimeatual.Nãohá luznofimdo túnel
neste aspecto, neste segundomandato
do Presidente Lula. No tocante à faci-
lidade de se fazer negócios, apenas o
númerode horas gastas com impostos
ouonúmerodeobrigaçõestributáriasjá
colocamoBrasilemclaradesvantagem
vis-à-vis seus principais competidores.
Como indicaográfico (Impostos), uma
empresa de tamanhomédio gasta na
média 2.600 horas por ano em ativi-
dades relativasa impostosenquantona
Source: HSBC and IMF
CRESCIMENTO ECONÔMICO 2003-07*
8
7
6
5
4
3
2
1
0
2003
2004
2005
2006
2007*
1,1
5,7 5,7
3,8
3,3
2,9
6,6
3,6
7,1
4,4
4,9
6,4
Brasil
Mundo Emergentes
2,8
7
3,7
BRICSAM’S
‘ABRIRUMNEGÓCIO’
160
140
120
100
80
60
40
20
0
Brasil
China
índia
México
Rússia
África do Sul
Canadá
França
Alemanha
Itália
Japão
ReinoUnido
EstadosUnidos
Identifica obstáculos burocráticos e legais para incorporar e abrir umnegócio
G8
Procedimentos (números)
Duração (dias)
%
O paradigma da competitividade
Brasileira
1...,97,98,99,100,101,102,103,104,105,106 108,109,110,111,112,113,114,115,116,117,...118
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