Setembro_2007 - page 106

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SETEMBRO
/
OUTUBRO
DE
2007 – R E V I S T A D A E S P M
Mário
Marconini
ÍNDICESPARABAIXO
Por trás de tendências positivas
recentes, escondem-se índices his-
toricamente negativos. Em termos
relativos, o Brasil continua a ser
pequeno – certamente menor do
que sua estatura internacional. Nos
últimos quarenta anos, o comércio
exterior brasileiro oscilou entre um
mero1%docomérciomundial (tanto
importações como exportações),
tendo declinado de um nível perto
de2,5%em1950.Claramente, para
um país com um PIB de mais de
USD 1 trilhão (décima economia
domundo), 1% do comérciomun-
dial é, de fato, desconfortavelmente
pequeno.
Essapequenezécorroboradaporoutro
índice importante: o grau de abertura
de mercado. Como visto acima, esse
índicemelhoroumuitonos últimos 15
anos eoBrasil agora pode orgulhar-
sedeque seucomércioexterior seja
equivalente aumquartode seuPIB.
Em termos comparativos, no en-
tanto, o Brasil tem ainda um índice
“tímido”, estando atrás de outros
BRICs e competidores importantes.
Até mesmo a Índia, normalmente
vista como uma economia conside-
ravelmente fechada, superouoBrasil
em4pontospercentuais (28vs.24%)
em 2005. O grau da Rússia é duas
vezes maior do que o do Brasil en-
quantoodaChinaéquase trêsvezes
(2,7). O grau de abertura brasileiro
se situa entre o dos Estados Unidos
e o do Japão, os países dotados dos
maiores PIBs domundo. O grau de
abertura do mundo é quase duas
vezes odoBrasil (1,95).Alémdisso,
contrariamente a outros mercados
emergentes, o grau de abertura bra-
sileiroentre2002e2005–operíodo
central da bonança econômica
mundial – permaneceu em 24%,
tendo até mesmo diminuído para
21%em2006.
Oaspectomaispreocupantedacom-
petitividadebrasileiraéasua relação
com o crescimento econômico.
Com graus crescentes de abertura,
níveis crescentes de produtividade,
particularmenteparasetoresquesão
internacionalizadosebensdecapital
baratos (como um efeito direto da
abertura da economia na década
passada), é intuitivo supor também
queopaísdevacrescer em ritmomais
acelerado.Noentanto, istonão tem se
produzido.Apesardeavanços,ocresci-
mento econômico noBrasil é ainda
muito baixo. Como mencionado
anteriormente, parte da explicação
se refere ao preço da construção
Ð
Fonte: BancoMundial, DataQuery
GRAUDEABERTURA, 2002 E 2005, PREÇOSCORRENTES
80
70
60
50
40
30
20
10
0
EUA BRA JAP IND AUS COL ARG FRA
MUNDO
RUS AFS INDO MEX CAN CHL GER CHI SUI COR
21 24 25 28 33 35 37 45 47 48 49 54 58 61 63 63 64 68 69
18 24 19 21 33 31 34 46 40 48 57 51 52 67 55 56 49 63 66
2005
2002
1...,96,97,98,99,100,101,102,103,104,105 107,108,109,110,111,112,113,114,115,116,...118
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