Marco_2007 - page 113

Mesa-
Redonda
porque é aí quemora o perigo. Há
que se mudar a consciência. Não
é porque os americanos criaram
modosdeconsumoqueoschineses
deverão ter os mesmos direitos.
Temos de procurar uma resposta
como humanidade. É um esforço
de todos em nome do futuro.
GRACIOSO
–A solução talvez sejaa
superditaduraglobal...
RICARDO
– Não! Dentro da de-
mocracia.
ROBERTO
– Seria necessário usar o
marketing do conhecimento, para
disseminar esses conceitos. Existe,
por exemplo, uma revista, chamada
VidaSimples.
RICARDO
– Temos de imaginar
– nessa mesa, onde há especialistas
de marketing, acadêmicos – quais
os caminhos e dizer a esse público
imenso das escolas de comunicação
que há várias maneiras de se fazer
marketing. Temos de mudar nosso
comportamento.
PAULO
–Acho que temos duas dis-
cussões: uma, seoconsumodeveou
não ser responsável, é uma questão
“OCONSUMO FUNDAMENTAL
ÉCOMEREDORMIR.”
política. A outra é comportamental.
Insisto que consumo – isoladamente
– não existe. O que os indivíduos
fizeram, ao longo da história, a não
ser procurar o seu desenvolvimento
e melhores condições de vida? Isso
sedáatravésdoconsumo. Emalguns
momentos atendem às necessidades
básicas, emoutrosatendemàsneces-
sidades de identidade – que oMario
chamaria de desejo. Isso é parte da
históriadahumanidade.Ooutrodado
é que 85% da população domundo
participamapenasmarginalmentedo
que chamamos de consumo. Só há
uma forma de intervir nisso: uma di-
taduraglobal.Um rapazdoNordeste,
loucoparacomprarum tênis–aponto
de assaltar – de repente, começa a
ter condições de comprá-lo. Não há
como segurar.
MARIO
–Quero falar sobre ditadura
global. Não podemos esquecer que
oBrasil temum comportamento, e a
Dinamarca, outro.Quandoo rodízio
municipal foi implantado em São
Paulo,experimentalmente,só5%ade-
riram espontaneamente. No instante
emquehámulta, tudomuda.
PAULO
–Oqueestoupretendendoé
trazerparaadiscussãoumacoisacha-
mada ser humano. Fazendopesquisa
demercado, durante anos, lidei com
coisas quenão existem. Empesquisa
demercado se fabricam seres “extra-
terrestres”, o tempo todo: oconsumi-
dordecartãodecrédito,ocorrentista
bancário, o consumidor de super-
mercado,o telespectador.Nadadisso
existe. O que existe é um indivíduo,
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R E V I S T A D A E S P M –
MARÇO
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ABRIL
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