Marco_2007 - page 122

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MARÇO
/
ABRIL
DE
2007 – R E V I S T A D A E S P M
UMTRUÍSMOMUITO PRESENTE
HOJE É A CONSTATAÇÃO DE
QUEABELEZAVEICULADAPELA
MÍDIA NÃO É NEM NATURAL,
NEMALCANÇÁVEL.
realização profissional e pessoal, a
segurançaetc.).Destamaneira,aexis-
tência física é que condicionaria as
demais formas de existência (moral,
profissional, espiritual...). E o que é
maiscurioso:cadavezmais, serbelo
efetivamenteparece importarmenos
do que parecer belo. Além disso,
como se trata de uma sociedade de
consumo, em que o valor da posse
(ter)éamedidaprincipalparaovalor
daexistência (ser), terumcorpobelo
passaaserumaexigência imperativa
desta realização social.
Se isto é uma verdade para a so-
ciedade metropolitana em geral,
a questão da beleza física assume
proporções bem mais acentuadas
com relação ao universo feminino,
já que este, pelas próprias con-
venções sociais vigentes na atuali-
dade, é o públicomais suscetível a
essas pressões. Um truísmo muito
presente hoje é a constatação de
que a beleza veiculada pela mídia
nãoénemnatural, nemalcançável.
Mulheres sempremagras, silhuetas
e rostos tãoprecisamente simétricos
como que traçados pelas hábeis
mãos do mais talentoso artista
plástico, expressando uma elegân-
cia próxima à perfeição platônica.
Alémdisso, esta imagemde beleza
“artificial” – porque construída por
técnicas estéticas e cosméticas,
semmencionar as alimentares (de
salubridade duvidosa) – está quase
sempre associada a ideais dequali-
dade de vida, bem-estar, sucesso e,
por fim, à felicidade última. Tudo
NASGRANDESMETRÓPOLES, PODE-
SE ASSEVERAR QUE A ANGÚSTIA
PROVENIENTEDOCONFLITO ENTRE
A IMAGEM IDEALDECORPO, CONS-
TRUÍDA POR PADRÕES SOCIAIS E
REFORÇADA PELA MÍDIA, ESTÁ SE
TORNANDO UM DOS GRANDES
PROBLEMASQUEAFLIGEAMULHER
MODERNA.
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