Marco_2007 - page 10

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R E V I S T A D A E S P M –
MARÇO
/
ABRIL
DE
2007
Entrevista
mais parecido com professor do
que o pessoal de criação das agên-
cias. São duas castas complicadas:
precisam ser tratadas com luvas de
pelica,mas, se soubermosestimular
amotivação, o talento criativo, em
ambos os casos, os resultados serão
fabulosos. As frustrações estiveram
sempre ligadasanão terconseguido
o que queria. Às vezes, olhando
para trás, sei que perdi algumas
oportunidades, cometi algunserros,
mas acho que a graça do negócio
também está aí. Imagine olhar para
trásagoraedizerquenãocometium
errosequer...Oqueeu iria fazer,nos
próximos 20 anos?
JR
–Dê um exemplo de frustração.
GRACIOSO
– Confesso que gos-
taria de que tivéssemos hoje uma
“ELEMEDISSE: ‘VOCÊTEMTODASASCON-
DIÇÕESDESEGUIRNAPROFISSÃO. ACHOQUE
DEVECURSARAESCOLADEPROPAGANDA’.”
imagemmais forte como escola de
administração. Apesar de termos
identificadoesteproblemahámuitos
anos e feito esforços paraprojetar a
imagemdeuma escola voltadapara
aadministração, onossoDNA falou
mais forte.Quandodizemos: somos
também uma escola de adminis-
tração, o mundo lá fora responde:
“Ah! Mas propaganda para vocês é
mais importante”.
ARMANDO
– Piratininga, o Con-
selho da Escola - prudentemente -
trouxe-opara“dentrodecasa”,onde
você fezum tipodeestágio, para ser
o sucessor do Gracioso. Como viu
essa decisão do Conselho e como
foi o seu contato com ele, durante
esses 2 anos?
PIRATININGA
– Estes dois anos
foram necessários e importantes.
Não sei como funciona, em certas
organizações, alguémque estavana
empresa X assume a empresa Y, e
toma conta daquilo em15dias... Se
eleconsegue fazer isso seráporquea
empresanãoé tãocomplexaquantoa
Escola.Mesmocomaminhahistória,
jamais imagineiquepudesseassumir
apresidência. EstounoConselhohá
mais de 30 anos; na época doOtto,
além de professor, fui diretor de de-
partamento – e fui aluno do próprio
Gracioso, em 1959. Mesmo assim,
essesdoisanos foramcomoumcurso
preparatório, para poder assumir a
presidência. Eainda faltamuitopara
conhecer.OGracioso sabe tudo, ou
quase tudo,a respeitodaEscola.Mas
quando o convite foi feito – para
que eu assumisse a Escola dentro
de dois anos – fiquei satisfeito por
poderconvivercomeladuranteesse
período. E não uma convivência
passiva.OCAEPM–queoGracioso
criou – é ummarco, na Escola e no
sistemauniversitário, por incentivar
apesquisadentrodaorganização e
dar oportunidade aos professores
dedesenvolvereaprofundaras suas
idéias. Foi bomestar aqui essesdois
anos e dificilmente estaria tão con-
fiante quanto estou agora.
ARMANDO
–Apróximaperguntaé
maisumacuriosidade,pois também
estou no Conselho há mais de 30
anos.Paraumconselheiro,comesse
longo convívio, como é vir para cá
todososdiaseaprofundar-senavida
daEscola? Háumchoque–entreo
que pensava o conselheiro e o que
descobre o executivo?
PIRATININGA
–Umgrandechoque.
Oconselheiro temumanoçãomeio
vaga do que acontece aqui. Eu
tinha melhores condições de ava-
liar o processo, porque – durante
30 anos – dei aula na USP e trazia
conhecimento, relacionamentos,
convivênciana área acadêmica. Eu
eraConselheiro da Escola e profes-
sor daUSP, portantoomeu choque
foi menor. Mas o conselheiro que
ESPM-SÃOPAULO
(Campus Prof. FranciscoGracioso)
ESPM-SÃOPAULO
(Campus Rodolfo LimaMartensen)
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