Marco_2007 - page 8

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R E V I S T A D A E S P M –
MARÇO
/
ABRIL
DE
2007
Entrevista
PIRATININGA
– Foi também atra-
vés de um anúncio de jornal, que
procurava um gerente de produto.
Nunca tinha ouvido essa expressão,
mas o salário era fantástico. Entrei
num instituto de seleção de pessoal,
na rua Barão de Itapetininga – com
outras 300 pessoas que já tinham
sido selecionadas. Após quatro ou
cincoprovas, fuiqualificado.Aí,fiquei
sabendo que o anúncio era da Lever
emederamumenvelopedirigidoao
Sr.JohnSummerville,diretordemarke-
tingdaLever,àépoca.Aofimdeuma
longa entrevista, eleme disse: “Você
não tem condições de assumir este
cargo, mas tem todas as condições
deseguirnaprofissão.Achoquevocê
devecursaraEscoladePropaganda”.
Isso foi em1959.
JR
–Você tambémcomeçounaESPM
comoaluno–e foiconvidadoparaser
oorador da turma, na formatura.
PIRATININGA
– Meu discurso foi
em forma de poema – de “pé que-
brado”.Masacabou tendogrande re-
percussão, foipublicadono
OEstado
de S. Paulo
, e recebi vários convites
para trabalhar-umdeles foi daNor-
ton, para onde fui, em grande parte
peladivulgaçãodessediscurso...
JR
– E a sua estréia comoprofessor?
PIRATININGA
– Paralelamente
à ESPM, eu fazia a faculdade de
Filosofia. Decidiram criar algumas
cadeiras –daáreadehumanas –na
Escola,edescobriramquenãohavia
nenhumsociólogoentreospossíveis
professores. Fui convidado – pelo
RobertoDuailibi – para dar aula de
Sociologia.
ARMANDO
– Vocês são publici-
tários de formação. Acham que é
indispensável ser publicitário, para
presidir a ESPM?
GRACIOSO
– Diria que não, mas
ajuda muito. O famoso DNA da
Escola, de que tanto se fala, não é
uma figura retórica; é real. A ESPM
é,hoje,umaescoladecomunicação,
de administração e até de outras es-
pecialidades;mas, durantedécadas,
foiumaescoladepropaganda.Como
disse: ajuda,mas não é essencial.
PIRATININGA
– Concordo com
o Gracioso. Acho que, no fu-
turo, haverá momentos em que
o presidente da Escola não será
um publicitário, mas ele precisa
ter muito cuidado com o curso
de propaganda da Escola, e com
o que ela produz nas áreas de
comunicação.
GRACIOSO
– Quer queiramos ou
não, somos vistos como um centro
de excelência no ensino da propa-
ganda, e temosdecontinuar a fazer
jus a essa definição.
JR
–De fato, isso estámuito ligado
às raízes da Escola. Até hoje temos
um Conselho formado por profis-
sionais da área da propaganda,
veículos e anunciantes.
GRACIOSO
– Gostaria de aprovei-
tar a pergunta, para falar um pouco
sobre a nossa trajetória. Por que
nos distinguimos das outras escolas
de comunicação social? Fomos,
certamente, a primeira a assumir
quepropaganda épartedeum todo
maior, chamado marketing. Nossos
alunos começaram cedo a receber
lições demarketing e, graças a isso,
tornou-se mais fácil entender a
natureza e função da propaganda.
Desde 1973, quando Otto Scherb
mudou o nome para Escola Supe-
rior de Propaganda e Marketing,
eladeixoude ser uma escola sóde
propaganda. Era, no início, uma
escola de marketing com foco na
propaganda.Hoje éuma escolade
gestão de negócios, com foco no
marketing e na comunicação.
“DEREPENTE – DESCOBRI UM
NEGÓCIOCHAMADOPROPAGANDA.”
ROBERTODUAILIBI
OTTOSCHERB
Fotos: arquivo
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