Janeiro_2007 - page 75

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R E V I S T A D A E S P M –
JANEIRO
/
FEVEREIRO
DE
2007
Mesa-
Redonda
para a vida ou até para a vida da
empresa. É aí que temos de rever,
quando falamos de planejamento
estratégico, qual é a missão e a
visão da empresa. É vermos se esse
espírito sobreoqual falamos – soli-
dariedade, ajuda o funcionário a
produzir mais etc. – faz parte da
razãodeexistirdaempresa.Quando
falamosdeespiritualidade,pode ser
para o bem ou para o mal. Na era
daglobalização, falamosdaespiritu-
alidadedomercado e essa espiritu-
alidade diz que através dodinheiro
tudo se consegue – a felicidade
passa pelo lucro. E, nessa linha, te-
mos de rever, também, nossa visão
como empresários quando falamos
de inteligência emocional e espiri-
tual – por exemplo em encontros.
Pergunto sempre “para que esses
encontros?Éparaobemdaspessoas
ou das empresas?” No sentido do
colaborador,oqueelevai tirardisso
paraobemdelecomopessoa, para
a sua família? Muitas vezes, esses
encontros têm por finalidade única
aumentar aproduçãodas empresas
enãoobemdas pessoas. Épor isso
quequandousamosapalavra
espir-
itualidade
,éparaobemeparaomal
porque através dessa palavra temos
objetivos,mas temos tambémcami-
nhos, que sãofilosofias, ideologias,
religiões, moral, ética etc. Hoje,
quando falamosemespiritualidade,
muitasvezes, éemnívelmicro,mas
quemsabepossamos tirarumavisão
macrodessavivênciadeespirituali-
dade dentro da empresa.
JR
– Diferentemente de vocês, não
sou especialista na matéria. Mas,
vinha passando em revista as ex-
periências profissionais, que tive
com diversas empresas e diria que
as lembranças que tenho são mais
negativas doque positivas. Comoo
PadreChristianacabadedizer:estão
mais para essa busca pelo lucro, a
qualquer custo.
GRACIOSO
–Li, no
TheWall Street
Journal
, ahistóriadeum laboratório
norte-americano que produz dois
remédios para a AIDS, vendidos
para os países da África e para o
Brasil. Um é caro, o outro barato.
Deliberadamente, introduziram na
fórmuladomais baratoum ingredi-
ente que provoca ânsia de vômito
para que os médicos sejam obriga-
dosamigrarospacientesparao tipo
mais caro. Li também um artigo do
MichelRocard,ex-primeiroministro
francês, onde ele defende a tese de
quecapitalismoético simplesmente
nãodáparapraticar.Masvejooutra
facetadamoeda: aToyota japonesa
acaba de superar aGeneralMotors
e é, hoje, a maior montadora de
veículos do mundo. Entretanto, a
Toyota representa uma geração de
executivos eempresários japoneses
que – mais do que em qualquer
outro país – abraçaram a idéia de
queoobjetivodaempresavai além
dos seus próprios interesses e deve
também objetivar o bem comum,
a perenidade, a harmonia, coisas
enfim que, aparentemente, estão
resultando em empresas criativas,
competitivas e lucrativas. Estamos,
portanto, diante de uma questão
complexa.
MARIO
–Tenho uma preocupação
– atépor estar terminandoumdou-
toradoemTeologia–emdefinir ter-
mos. Como definir espiritualidade,
da qual tanta gente fala? São defin-
ições complexas. Depois de muito
batalhar, meu orientador e eu che-
gamosaumadefinição,quecontém
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