Janeiro_2007 - page 69

Valéria
Ravier
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JANEIRO
/
FEVEREIRO
DE
2007 – R E V I S T A D A E S P M
Ao reinventar a sua participação
transitacom segurançaentrecomu-
nidades reais evirtuais. Fazdocon-
sumo um instrumento de definição
de identidade,confortando-secoma
semelhançadas suasprópriasvivên-
cias e os hábitos de muitos outros
que,comoele, investemempráticas
religiosas, engajam-se em ONGs
e participam de grupos no orkut,
aderindoaomarketingconcentrado
e aomarketing por afinidade.
Circula também pelos espaços com
umaavideznuncaantes experimen-
tada, estabelecendo um convívio
mais democrático com ambientes e
objetos.Estáprontoparaousar, tentar
evoltara insistirem todososcampos,
aproximando-se, nesse ponto, do
marketing empreendedor.
Esporádicas faltasdeousadia levam-
noasentirsaudadedasegurançaque
confortavaosseusancestrais,menos
vacilantesem relaçãoao significado
dos seuspapéis sociais.Apesarde se
voltar paraomarketingprofissiona-
lizado e sonhar com as ofertas do
marketingdemassanessessaudosos
momentos, nem por isso deixa de
valorizar intensamente a possibi-
lidade de transitar, subjetivamente,
entre os diversos personagens que
constrói ao longodo seu cotidiano,
cedendo, facilmente, aos apelos do
marketing de customização e do
Confortando-se com a
semelhança das suas
próprias vivências e os
hábitos demuitos outros
que, como ele, investem
empráticas religiosas,
engajam-se emONGs e
participam de grupos no
orkut, aderindo aomar-
keting concentrado e ao
marketing por afinidade.
F
marketing
one-to-one
.Ansiosopara
sedestacar edotadode ferramentas
tecnológicas inacreditáveis, elecria
e transforma símbolos e objetos ao
seu redor. Singulariza sempre que
possível e exige ser tratado como
alguém especial e único.
Circulando entre o real e uma vir-
tualidade totalmente introjetada,
o Sísifo contemporâneo gostaria,
sobcertas circunstâncias, deestar à
frente de um computador, vendo a
pedra cair e subir com apenas um
clicar do
mouse
, sonhando acor-
dadocomodiaemqueomarketing
de experiências
on-line
estejamais
desenvolvido. Enquanto isso recorre
a toda tecnologiaqueestáao seual-
cancepara se sentirmais poderoso:
celulares que fotografam,
palms
que lhe garantem o acesso à inter-
net seja lá onde estiver, lentes de
contato especiais para jogar golfe,
quepotencializamavisibilidadeno
campo, capacetes eóculos capazes
de reproduzira sensaçãodeestarvi-
venciandode fatoasexperiênciasda
realidade virtual, contribuem para
alimentaresse sonho, gerando-lheo
paradoxode se sentiroprimidocom
tanta interconexão.
Espera e teme que a tecnologia
possa um dia lhe proporcionar um
trânsito ininterrupto, enquanto isso
se vale de todo e qualquer recurso
que estiver ao seu alcance para se
sentir turbinado, surpreendendo-se
vez ou outra com aquelas estraté-
giasmais criativas domarketing de
guerrilha.
A escassez temporal, associada à
velocidade cada vez maior que
a tecnologia imprime à sua vida,
provoca-lhea sensaçãodequecada
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