Janeiro_2007 - page 73

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R E V I S T A D A E S P M –
JANEIRO
/
FEVEREIRO
DE
2007
Mesa-
Redonda
JR
– Pediria aoGracioso que desse
início.
Gracioso
– Quando começamos a
estudara formado tema“espirituali-
dade nos negócios” para a Revista,
percebemos a sua extrema diver-
sidade de abordagens. O próprio
perfildaspessoasdestamesa reflete
isso: líderes religiosos, empresários,
pensadores ligados às filosofias
orientais. Éoque estáacontecendo
nomundo real – o que chamamos,
grossomodo
,deespiritualidadenos
negócios tem várias interpretações.
Recebemos muitos artigos que
também refletem esta diversidade
– desde a interpretação da famosa
éticaprotestantedeMaxWeber até
as influências dobudismonomun-
doocidental.Achoquedeveríamos
– em primeiro lugar – dar, aos par-
ticipantes, aoportunidadedeexpor
avisãodecadaum sobreo temade
espiritualidade nos negócios.
RODRIGO
–Esse termo“negócios”
pode ser visto sob dois ângulos: o
negócio de uma pessoa – sua ativi-
dade, seu trabalho, sua formade se
expressar através de seu trabalho;
e também a questão negócios en-
quanto empresas, organizações
humanas. Nos dois casos, é per-
feitamente possível trabalharmos
com o conceito de espiritualidade
que, entendo, tem a ver com uma
consciência. Em seu negócio, por
exemplo,umartista, fazaquilocom
alma, está presente, permanente-
mente identificado com o que está
fazendo, proporcionando a sua ex-
pressão,desenvolvendo seu talento,
comoalgoquevemdedentro, dife-
rente de cultura, que vem de fora.
Nas organizações, ograndedesafio
é comoproporcionar, ao ambiente,
condições paraque as pessoas pos-
sam desenvolver a sua vocação, a
sua qualidade que é única – como
se fosse uma impressão digital. To-
dos nós somos iguais e, aomesmo
tempo, somos diferentes, únicos.
E essa singularidade biológica
reproduz uma singularidade indi-
vidual, espiritual. Existe um plano,
uma dimensão onde há uma plena
harmonia entre todos os indivíduos
e, quando isso acontece, é que a
espiritualidadeestá semanifestando
em sua plenitude, onde há uma
relação de complementaridade de
todos que são únicos e, aomesmo
tempo, osmesmos.
KEN
– No começo dos anos 90,
escrevi um livro que teria o título
A alma do negócio
. Risquei o
do
e
coloquei
no
. Se hoje temos dificul-
dade com o tema, imagine há 15
anos.Oquequeriamostraréquees-
piritualidade não significava todos,
nas empresas, rasparem a cabeça,
começar ameditar e fazer ciclo de
oração.Massimapráticaconsciente
de valores em situações diversas.
Nãoé ter umcódigodecondutano
papel e – na hora de crise – joga-se
forao livrodecondutasecomeçam
a maltratar uns aos outros. Vejo a
práticadeespiritualidadecomouma
colocação de amortecedores nos
relacionamentos humanos – dentro
do local de trabalho –que faciliteo
“APRÁTICAESPIRITUALÉPRÓPRIADO
SERHUMANO, EMBORAELENÃOSAIBA.”
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