Marco_2008 - page 43

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MARÇO
/
ABRIL
DE
2008 – R E V I S T A D A E S P M
Bianca
Freire-Medeiros
Visitas a creches às quais os turistas
são incentivadosa fazerdoaçõessão
prática comum, assim como o alu-
guel de lajes que funcionam como
mirantes (a R$ 1,00 “por gringo”).
Uma das agências é responsável
pelo funcionamento de um projeto
social, outra contribui com uma
crechenaRoupaSuja (umadasáreas
mais precárias da Rocinha) e uma
terceira desenvolve um programa
O argumento de que o turismo na
Rocinhatemporconseqüênciadeses-
truturara lógicaqueassocia favelae
violência aparece, como visto aci-
ma, no projeto de lei da vereadora
Lilian Sá e igualmente no discurso
dos agentes, os quais afirmam, em
uníssono, ser a cordialidade festiva
de seusmoradores um dos grandes
atrativos da Rocinha: “queremos
mostrar que a favela nãoéum lugar
de formaçãodeguiasmirins.Paraas
demais, sua presença na favela não
parece atrelada a nenhum tipo de
obrigação financeira com a locali-
dade.Odonodeumadas agências
comquem conversei resume:
“Eu não sou nenhum agente so-
cial da favela. Não é essa a minha
função. Minha função é mostrar
o que a favela realmente é para
apagar aquela eventual imagem
negativa que os turistas tenham e
para promover a cidade também. É
uma função que eu olho do ponto
de vistapatriótico, econômicopara
o país, porque melhora a imagem
do país lá fora...”.
Ð
Fotos:Acervo FavelaTour -MarceloArmstrong / cortesia de clientes.
Fotos:Nat Friedman.
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