Janeiro_2008 - page 61

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JANEIRO
/
FEVEREIRO
DE
2008 – R E V I S T A D A E S P M
Adriana
Fellipelli
Pericles
PinheiroMachado
BIBLIOGRAFIA
DUNNING
, D. (2003) Introduction to type and
communication.MountainView: CPP.
JUNG
, C. G. (1971) Tipos psicológicos. Rio de
Janeiro:Vozes.
ADRIANA FELLIPELLI
É psicóloga eDiretoraGeral da IDH – Ins-
trumentos de Desenvolvimento Humano.
Foi fundadora da consultoria de recursos
humanosSaadFellipelli em1988, e respon-
sável por trazer o instrumentoMBTI® para
oBrasil em 1994.
PERICLESPINHEIRO
MACHADO JR.
É psicólogo, administrador de empresas e
Diretor de Aprimoramentos e Pesquisas da
IDH – Instrumentos deDesenvolvimento.
dominante em uma pessoa – e isso é
verificadopormeiodoestudo tipológico
–,seuestilodecomunicaçãoassumeuma
tonalidadesensorial:atençãoaosdetalhes,
palavrasprecisas,foconoselementosmais
concretos.Se,alémdisso,umapessoativer
preferência pela introversão, omodode
processamentodasinformaçõesserásilen-
cioso,pormeiodaassimilaçãodedetalhes
edaelaboraçãodemodelospragmáticos
decompreensão.
Poroutro lado, os tipos intuitivos, espe-
cialmentequandoapresentam também
a preferência pela extroversão, podem
facilmentesedistraireficar impacientes
com tantosdetalhes.Paraessaspessoas,
quantomais detalhada for a descrição
dosfatos,maisdifícilserámanteraaten-
ção e a escuta. Isto porque a função
intuição é responsável pela percepção
do todo, aocontrárioda sensaçãoque
orienta-separaaspartes.Conseqüente-
menteamelhor formadesecomunicar
com tipos intuitivos é oferecer-lhes de
início um panorama geral da situação
paraentãoconcentrar suaatençãonos
fatosmais relevantes.
Há muitos outros exemplos que ilus-
tramasdiferençasnosmodos comoas
pessoas preferem receber informações.
Segundoa teoriados tipospsicológicos,
acomunicaçãoentrepessoassedápela
intermediação da funçãomental mais
extrovertida,umavezqueocampoem
que ocorre a troca de informações é
necessariamentesocial.Supondoentão
que uma pessoa tenha como função
maisextrovertidaosentimento,elanor-
malmenteseenvolverá facilmentecom
os aspectos pessoais de uma situação,
pois para esse tipo énecessário avaliar
assituaçõesapartirdaaproximaçãode
seusvaloreseconvicçõespróprios. Isso
nãoocorrequandoafunçãomaisextro-
vertida for opensamento, que se volta
paraalógicaeaobjetividadefactualnos
processosdedecisão.
Pessoascompreferênciapelaorientação
julgadora valorizam a elaboração de
conclusões e a formulação de reco-
mendaçõespráticasemsuasdiscussões
de trabalho. O tipo oposto, de estilo
perceptivo,prefereexploraraspossibili-
dadese levaemconsideraçãoaneces-
sidadedeobtermais informaçõesantes
dechegaraumadecisão.
Comessas idéias emvista, talvezfique
mais fácil entenderquecertosconflitos
e dificuldades de compreensão entre
pessoas possam estar relacionados às
diferenças tipológicas. Essas diferenças
talvez não sejam a origem do conflito
emsi,mascertamentepodem tornaras
coisasmais difíceis. Embora amaioria
das pessoas saiba se comunicar com
eficiência, essa capacidade tende a
enfraqueceremmomentosdeestressee
conflito.Asdiferençasdepersonalidade
podemse tornarexageradase irritantes.
Emuma situaçãode conflito, é impor-
tante recorrer a habilidades básicas de
comunicação para se chegar a uma
resoluçãosatisfatória.Oreconhecimento
das preferências psicológicas pode ser
muitoútil, por exemplo, ao evidenciar
que tipos introvertidos não gostam de
serinterrompidosquandoestãofalando,
poisprecisamde tempoparaorganizar
suas idéias e elaborar uma resposta às
questõesempauta.
Mas o recurso à tipologia pode
tender também à formação de
estereótipos, e nesses momentos
o reconhecimento das diferenças
pode se reverter em julgamentos e
rotulações defensivas que em nada
favorecemacomunicaçãoeficiente.
Aéticado instrumentoMBTI® reco-
menda seuusocriativoecuidadoso,
no sentido de estimular as pessoas
adialogar para resolver as questões
potencialmente conflituosas. O
objetivo do trabalho com a tipolo-
gia junguiana é propiciar aos seus
usuários uma compreensão acerca
da diversidade psicológica a partir
de quatro ordenadores básicos e
universais (veja a tabela). E é claro
que pessoas que respondam a uma
mesma tipologiaapresentarãocarac-
terísticas de comunicação bastante
diversas entre si, pois a complexi-
dade do ser humano é marcada
especialmente pela singularidade
de cada história de vida.
Valorizar as diferenças e exercitar
a comunicação criativa e bem hu-
morada é o grande xis da questão.
E, comoadvertiaoVelhoGuerreiro,
“quem não se comunica...”
ES
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