Janeiro_2007 - page 27

François
Soulages
37
JANEIRO
/
FEVEREIRO
DE
2007 – R E V I S T A D A E S P M
Noentanto,comocompreendê-lassem
estabelecerumacorrelaçãoentreasduas
instituições? Isso não quer dizer que
essaseriaaúnicaoumesmoaprincipal
forma de captar o funcionamento de
tais instituições,mas que sóobteremos
perfeitacompreensãodecadaumadelas
se, entreoutras coisas, nos engajarmos
emumapesquisasobreosvínculosex-
istentesentreestesdomínios.Quanto
mais recalcarmos tal interrogação,
menos compreenderemos o fun-
cionamento de tais instituições.
Haverásempreumfatordesconhe-
cido,queporsuavezgeraoirracional
eomisteriosoparaaqueles quevivem
dentroda empresaouda religião,
impedindo-os de compreender e
deagiremsobreas instituições.
Oqueestáem jogonãoéapenasuma
melhor compreensão das instituições,
mas,umamaiorpossibilidadedeação
noseiodelas.Asquestõessãopráticas
e teóricas.
Nodecorrerdestepequeno
artigo,quedaráorigem
a um livro sobre o
tema, traçaremos
algumas linhas
gerais a res-
peito da in-
fluência da
r e l i g i ão
sobre as
empre-
sas.
seu livro
A ética protestante e
o espírito do capitalismo
. Este
veio em resposta ao marxismo:
enquanto que a filosofia de Marx
afirmaumprimadodo econômico
sobre o religioso, assim como
uma determinação da sociedade
pelaeconomia–esta
última sendo pen-
sada como sendo
A causa do capi-
talismo –, Weber
opera uma dupla
inversão. De uma
parte, o religioso
influencia e condi-
ciona o econômico; de
outra não háUMA causa
para explicar uma socie-
dade ou um modo de
produção econômica,
masVÁRIAScausasque
estabelece um. Sendo
assim,Weber assume
uma posição dupla-
mente oposta à
de Marx: seja
quanto ao
c o n -
teú-
do,
2. RELIGIÃO
E ECONOMIA
Háum século, em1905,MaxWeber
refletiu sobre o
problema em
1...,17,18,19,20,21,22,23,24,25,26 28,29,30,31,32,33,34,35,36,37,...121
Powered by FlippingBook