Janeiro_2007 - page 17

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R E V I S T A D A E S P M –
JANEIRO
/
FEVEREIRO
DE
2007
Entrevista
naflorestaporqueeledeixaumrastro;é
fácil seguirumpeixequenadaporque
ele segue uma direção; é impossível
acompanhar umdragãoquevoa livre
nos céus”. A avaliação nos levaria à
conclusão de que o jovem Confúcio
reviu inteiramente tudooquepensava,
se reconhecera uma tal sabedoria em
LaoTsé.Oextraordináriodessahistória
équeConfúciocontinuouperseguindo
exatamenteocaminhoquetraçarapara
si– reverenciandosempreasabedoria
deLaoTsé.QuandoConfúcioabaixaa
cabeçae securvaemagradecimento,
éporquepercebeu: “estehomemestá
certo;eu também.O fatodeelepensar
diferentedemimeestarcertonão im-
plica em que eu, pensando diferente,
precise estar errado. A China precisa
denósdois”.
GRACIOSO
– Que conselho você
dariaaosnossoshomensdenegócios,
empresáriosquequeiram irumpouco
além do imediatismo, que queiram
enriquecer as suas vidas e de suas
empresas e, entretanto, como você
bem disse, no princípio, não deixar
de lado o princípio do lucro, que é
importanteparaqueatéasboasações
sejam realizadas?
GUSTAVO
–Não ousaria chamar de
conselho. Gostaria de pensar em voz
alta com esses empresários a quem
vamos nos dirigir, e por isso volto
àquela frase que intitula a obra do Sr.
Matsushita,quandodiz:“Nãovivemos,
sódopão”.Todosprecisamosacordar
para isso. Sócomopãoo serhumano
não se realiza plenamente. Não será
feliz, não poderá ver florescer quem
ele é capaz de ser. Algo sempre fal-
tará se nos restringirmos à busca do
pão. Nossas vidas precisam ter um
sentido maior, que nos transcenda a
nós mesmos como indivíduo e nos
mostre que participamos da aventura
deum tempo–aépocaemquevive-
mos–e trouxemosumacontribuição,
que foi útil para alémde cada umde
nós, e a todos aqueles que puderam
usufruir disto – sejaum sorriso, numa
horadifícil, sejaumalento,oquequer
que tenhamos, pelomenos, intentado
fazerdamelhormaneirapossívelpara
que seja útil ao nosso semelhante. O
produto que entregamos, o serviço
que prestamos, que possa ser o me-
lhor de nós, ofertado em qualidade
ao nosso semelhante. E, na medida
emqueovemospodendousufruir do
que soubemos criar, descobrimosque
estamos sendo úteis, estamos dando
sentidoaestapassagembreveporesta
condiçãoemqueagoranos encontra-
mos.Todo ser humanoprecisa de um
sentidomaiorparaa suavida. Eoque
eugostariadepensar,paraasempresas
“É impossível acompanhar
um dragão que voa livre
nos céus”. Confúciodisse:
“aChinaprecisadenósdois”.
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