Setembro_2007 - page 55

Brasil
multinacional
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SETEMBRO
/
OUTUBRO
DE
2007 – R E V I S T A D A E S P M
maiores construtoras já se interna-
cionalizam – há uns cinco anos ou
mais –, mas aOdebrecht temmais
experiência. EmAngola, por exem-
plo,aOdebrechtestápresentehá22
anos.Trata-sedeumpaísexportador
depetróleoe, portanto, a receitado
governo está crescendo;mas opaís
tem uma grande carência de infra-
estrutura,quefoipraticamentedestruída
duranteosanosdaguerra.O fatode
aOdebrecht ter-semantidopresente
durante esse período difícil trouxe
um diferencial competitivo, que
produz frutos, hoje em dia.
GRACIOSO
–O que, de um ponto
de vista mais prático, contribuiu
para esse sucesso?
FELIPE
– Existe a própria cultura
Odebrecht.Elaestá resumidaemum
livro, que chamamos internamente
de “
ABíbliaVerde
”, escritopelodr.
Norberto Odebrecht: Tecnologia
EmpresarialOdebrecht–
Sobreviver,
Crescer e Perpetuar.
Nesse livro
estão descritos valores praticados
internamente, e um dos mais im-
portantes é a delegação planejada,
adescentralizaçãoeaconfiançano
homem. O dr. Norberto percebeu
que sua empresa não poderia estar
limitada à liderança de um homem
–ele, opresidente.Aúnicamaneira
de crescer seria delegar e confiar
nas pessoas de modo irrestrito, e
tambémcompartilhardos resultados
– através de um sistema de remu-
neração variável. Então, existe a
delegação totaleumacompensação
pelos objetivos atingidos.
GRACIOSO
– O fato de algu-
mas dessas pessoas estarem a
20mil quilômetros de distância
faz diferença?
FELIPE
–Faz.Achoqueomaior en-
traveaumcrescimentomais rápido
é a falta de profissionais de dentro
da organização. Não digo que não
existampessoasqualificadasnesses
países, mas somente o tempo de
casa é que permite que se desen-
volva uma relação de confiança a
essa distância.
JR
–EaEmbraer,Horácio,háquanto
tempo atua fora doBrasil?
HORÁCIO
–A indústriaaeronáutica
tem características próprias, que
fazem com que internacionaliza-
ção e globalização estejam no seu
DNA, principalmente devido à alta
tecnologia envolvida e aos baixos
volumes de produção.
Nenhuma indústria aero-
náutica pode pretender
sobreviver apenas com
clientes do seu país. O
mesmo avião que opera
noBrasil opera na Finlân-
diaounoValedaMorte,nosEstados
Unidos–osaviões já sãoprojetados
para enfrentar os extremos de con-
dições ambientais.
JR
–Significaquevocês foram inter-
nacionais desde o início?
HORÁCIO
– A Embraer foi criada
em1969eaprimeiraexportação foi
em1975, paraoUruguai. Em1977,
estávamosexportandoparaaEuropa
e, em 1978, já em grande escala,
para os Estados Unidos. Foi lá que
criamos nossa primeira unidade no
exterior, em Fort Lauderdale, há
quase 30 anos. Na Europa, a partir
de 1983. Mais recentemente, após
aprivatização, chegamosàÁsia, em
Cingapura,naChina. Em2003cria-
mosaprimeiraunidade industrialda
Embraer fora doBrasil, no nordeste
daChina, aHarbin-Embraer.
ILAN
–Semdúvida, fazparte.Desde
oBandeirantes atéo190, passando
pelo Brasília, pelo 145, acho que
nunca a venda interna foi signifi-
cativa para a Embraer, diferente do
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