Marcos
Amatucci
e Eva
Stal
51
SETEMBRO
/
OUTUBRO
DE
2007 – R E V I S T A D A E S P M
tatou que não existiam possibili-
dades de crescimentopormeiode
aquisições no país, dentre outros
motivos, por pressão do CADE,
que já pressionava a empresa a
vender parte de seus ativos. Além
disso, o mercado de aços longos
estava ficando saturado no Brasil,
onde ela detinha 50%, e metade
de sua produção era exportada.
Hoje, a Gerdau só exporta do
Brasil aqueles itens que não são
fabricados localmente nosmerca-
dos consumidores.
As aquisições noexterior começa-
ramem1981, comaLaisa, noUru-
guai. Seguiram-seaCourticeSteel,
noCanadá, em1989; IndaceAza,
no Chile, em 1992; MRM Steel,
no Canadá, em 1995. As partici-
paçõesnaArgentina (SipsaeSipar)
TABELA 1- FATORESQUEMOTIVARAMA INTERNACIONALIZAÇÃO
EMPRESA
PAÍS
ANO MOTIVAÇÃO
Laisa
Uruguai
1981
v
“Fuga” – pressão antitruste doCADE diante da quantidade
de aquisições anteriores dentro domercado nacional.
Courtice Steel
Canadá
1989
v
Busca de ativos estratégicos, capacitação, e uso da
localização como plataforma para entrada nos EUA.
Aza
Chile
1992
v
Busca demercado. Já exportava para opaís.
MRM Steel
Canadá
1995
v
Busca demercado; ativos estratégicos, capacitação e
plataforma para entrada nos EUA.
Sipsa
Argentina
1997
v
Fortalecimentoda posiçãodemercado. Já exportava para o país.
Sipar
Argentina
1998
Ameristeel
EUA
1999
v
Busca de ativos estratégicos e capacitação; mercado.
Co-Steel
EUA
2002
v
Fortalecimento da posiçãodemercado.
Fonte:Tabela elaborada pelos autores, a partir deBARBOSA (2004).
datam de 1997/98. Em 1999, a
GerdauadquiriuaAmeriSteel, nos
EstadosUnidos, depois aCo-Steel,
em 2002. Em outubro de 2002,
houve a fusão das empresas na
América do Norte, resultando na
Gerdau AmeriSteel, que também
incorporou quatro novas plantas.
Essa nova empresa atingiu uma
capacidade instaladadeprodução
de 5,9 milhões de toneladas de
aço bruto e 5,5 milhões de tone-
ladas de laminados, tornando-sea
segundamaior produtora de aços
longos daAmérica doNorte.
Em sua dissertação de mestrado,
Barbosa (2004) analisa a moti-
vação de cada um desses inves-
timentos estrangeiros da Gerdau.
A discussão efetuada por ele é
resumida naTabela 1, acima.
AENTRADANOSEUA
AÁsiapossui amaior produçãoeo
maior consumo de aço domundo,
puxadapelaposiçãodaChina com
34%doconsumoecercade30%da
produção. A Figura 1mostra a dis-
tribuiçãodaproduçãoedoconsumo
mundiais desta indústria.
No final da década de 90, a crise
econômicaasiáticadesencadeouuma
inflaçãodeofertadeaço: ademanda
asiática diminuiu, asmoedas se des-
valorizaram, e omundo foi assolado
por uma enxurradade açobarato.O
grandemercado livre para o aço era
omercadoamericano,principalmente
formado por usinas integradas tradi-
cionais, de menor produtividade. O
preçomundial do aço caiu cerca de
14% em1997, e as importações nos
Ð